Dois meninos migrantes que chegaram sozinhos a Itália foram obrigados durante algum tempo a utilizar banheiros separados na escola católica privada onde foram matriculados, após reclamações insistentes dos pais de outros alunos, informa a imprensa italiana.

Os meninos, de 9 e 11 anos, um egípcio e um etíope, foram resgatados no mar durante o verão (hemisfério norte, outono no Brasil) e matriculados em uma escola dirigida por freiras em Cagliari, Sardenha.

Muitos pais de alunos protestaram, alegando possíveis riscos para a saúde de seus filhos por eventuais doenças contraídas pelos dois migrantes em seu país ou durante a viagem até a Itália, informa o jornal La Stampa.

Apesar da apresentação de atestados médicos que comprovavam a boa saúde das crianças, várias famílias ameaçaram retirar seus filhos da escola e duas concretizaram a medida.

O colégio decidiu então, “por precaução”, reservar banheiros para uso exclusivo dos jovens refugiados.

“Os colegas foram pouco sociáveis. Durante o recreio, eles ficavam isolados, e não apenas porque ainda não falam italiano”, disse ao La Stampa uma das duas advogadas responsáveis pela tutela das crianças.

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“A atitude das outras crianças é, evidentemente, o reflexo do que escutam de seus pais”, criticou.

A escola acabou voltando atrás na medida.

“Estes meninos viram com os próprios olhos os horrores da guerra. Devemos deixar que vivam em paz, devem sentir que são bem-vindos em nosso país”, afirmou uma das freiras que dirige o colégio.


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