Um painel internacional criticou em um relatório a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, ao afirmar que a agência americana carece de recursos e conhecimentos para certificar o Boeing 737 MAX, protagonista de duas catástrofes aéreas no último ano.

Em um relatório que será publicado nesta sexta-feira, o painel JATR (Joint Authorities Technical Review), criado em abril pela própria FAA, examina o processo de homologação do 737 MAX, que perdeu a licença para voar em março, após dois acidentes que deixaram 346 mortos.

As autoridades consultadas apontam “um número insuficiente de especialistas da FAA” responsáveis por avaliar o design do 737 MAX e “um conhecimento insuficiente” do sistema de estabilização MCAS, considerado o culpado pelos acidentes.

“As hipóteses no design (do MCAS) não foram examinadas, atualizadas ou validadas de forma adequada”, denuncia o JTAR, que considera ainda que “não foram avaliadas as possíveis consequências para os pilotos”.

A FAA não poderia, no entanto, avaliar corretamente as necessidades de formação dos pilotos a respeito do sistema de estabilização devido à escassez de informações transmitidas pela Boeing sobre o MCAS, explica o painel.

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), já havia considerado em setembro que a Boeing e a FAA avaliaram de maneira equivocada a reação dos pilotos aos alertas recebidos em caso de falha do MCAS.

Quando ativado, o sistema inclina bruscamente o nariz do avião.

“Celebramos esta análise e temos certeza de que nossa atitude aberta sobre os esforços contribuirá para melhorar a segurança aérea no mundo”, afirmou o diretor da FAA, Steven Dickson.