O governo fluminense teve, nos últimos três anos, prejuízo de pelo menos R$ 4 milhões com furtos de painéis solares usados na iluminação do Arco Metropolitano, rodovia que liga Duque de Caxias a Itaguaí, na Baixada Fluminense. Inaugurado em julho de 2014 e anunciado à época como um dos maiores trechos do mundo iluminado com energia renovável, o sistema já teve 200 de seus postes derrubados para que as placas fossem furtadas.

Entre os casos de furto mais recentes, chamou a atenção um dos suspeitos pelo crime: um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele foi abordado na madrugada da última sexta-feira no município de Japeri, na região metropolitana, quando dirigia um carro com reboque acoplado.

Parado por policiais militares que faziam patrulhamento na região, ele carregava cinco placas solares semelhantes às instaladas no Arco Metropolitano. Um homem que estava com o agente conseguiu fugir.

Custo

A iluminação da via de 72 quilômetros custou ao Estado R$ 96,7 milhões. O montante foi utilizado para instalar 4.310 postes com painéis de energia solar conectados a lâmpadas de LED. O custo aproximado de cada um deles foi de R$ 22 mil.

Construído com a promessa de desafogar o trânsito na Avenida Brasil e na Rodovia Presidente Dutra, o Arco Metropolitano tem registrado índices altos de violência, principalmente roubo de cargas. Os painéis solares também viraram alvo dos ladrões.

Além do prejuízo financeiro, o furto das placas coloca em risco quem trafega pela rodovia à noite. Trechos ficam completamente às escuras, e os postes derrubados – abandonados às margens da via – podem causar acidentes.

Investigação

As investigações sobre o furto dos painéis estão sendo conduzidas pela Polícia Civil do Estado. Os casos são registrados nas diversas delegacias que atendem aos 72 quilômetros da via. A polícia não quis comentar e apenas alegou que as investigações ainda estão em andamento.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por sua vez, informou que o furto envolvendo um de seus agentes está sendo acompanhado pela corregedoria da corporação. A PRF declarou ainda que o policial envolvido já estava afastado da atividade operacional. Informou que, caso se confirme a participação no furto dos painéis, ele poderá ser expulso da corporação.

“A PRF não tolera qualquer tipo de desvio de conduta por parte de seus servidores. O policial deverá responder sob os rigores da lei”, afirmou, em nota.