Não é difícil achar algum passageiro ou motorista que transita por grandes cidades e já se deparou com um mau cheiro em algum lugar. Foi o que aconteceu com Fernando Gurjão Sampaio, de 44 anos, em Belém, no Pará, na última quinta-feira (21). No entanto, o forte odor estava mais perto do que o advogado e escritor imaginava.

Fernando sentiu o cheiro após pegar um táxi na capital paraense. No início, o advogado achou que se tratava de esgoto, mas depois viu que se tratava das fezes de três jabutis, os quais estavam no porta-malas do veículo que transportava o escritor.

“Gravei vídeo e tirei foto, porque pensei: ‘se eu contar, ninguém vai acreditar'”.

O advogado ficou sabendo da presença dos animais pelo próprio dono do táxi, Nazareno Melo Duarte, 51, e dono dos jabutis. Ao UOL, o motorista revelou que o trio têm 15 anos. Os cágados foram um presente da mãe do taxista, mas estavam no carro, pois Duarte procurava um novo lar para eles.

O motivo revelado pelo motorista para Sampaio foi uma preocupação com a filha. Segundo o taxista, “casa onde tem jabuti, filha não casa”. “Minha filha está ficando velha e nada de sair de casa. Então, melhor me livrar dos jabutis para prevenir”, afirmou.

Embora a história tenha viralizado, Nazareno esclarece que o caso não passou de uma brincadeira e que sua filha, Gabrielle, não tinha conhecimento do tal “ditado”.

“É claro que quero que minha filha case com alguém que a ame e que ela ame. Ela é minha única filha e eu quero ter netos. Mas eu falei brincando”, ressaltou.

Destino dos animais

O taxista disse que o real motivo para entregar os animais foi uma questão além do casamento. Segundo ele, o tamanho dos jabutis e a falta de espaço na casa do motorista atrapalhavam a convivência do trio. Dessa forma, o trio foi levado ao Parque Zoobotânico Mangal das Garças, no centro histórico de Belém, mas Nazareno foi orientado a procurar a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).

Para devolver um animal silvestre, é necessário entrar em contato com a Linha Verde do IBAMA, a polícia ambiental local ou o Centro de Manejo de Fauna e Conservação de Animais Silvestre (CeMaCAS).