Pai e filho que morreram afogados em rio curtiram fim de semana com a família: ‘Dói muito’, diz irmã

Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

O pai e o filho que morreram afogados no último sábado (22), em um rio às margens da Rodovia Francisco Alves Negrão, em Itararé, no interior de São Paulo, estavam curtindo o fim de semana com a família, em um ponto turístico da cidade, quando vieram a óbito. As informações são do G1.

De acordo com a Polícia Civil, Moisés de Almeida, de 67 anos, morreu após tentar salvar o filho, Diego Fernando Almeida, de 29, que estava se afogando no rio.

Em entrevista ao G1, a filha e irmã das vítimas relembrou a tragédia. “Eu tenho 47 anos e nunca tinha ido em um rio na minha vida. Daí meu pai ligou para mim e perguntou se eu queria ir com ele. Ele passou em casa e fomos. Estavam meus pais, meus irmãos, minha filha e minhas sobrinhas”, começou Nilce Mara Pelegrinetti.

Segundo Nilce, a família escolheu um ponto no rio mais distante das outras pessoas e os parentes tinham levado lanches para comerem durante o passeio. Conforme o relato dela, o acidente aconteceu cerca de 20 minutos depois que eles chegaram no local. “Eu fui andar um pouco, olhar o mato e meu irmão brincou comigo. Ele falou: ‘você veio pra não se molhar? Tem medo de água?’, e jogou água em mim. Aí entramos no rio e, no que eu olhei, meu irmão já estava afundando, pedindo socorro. No começo até achei que ele estivesse brincando”, relembrou.

Conforme Nilce, ela gritou, pedindo ajuda, e seu pai pulou no rio para tentar salvar Diego. Moisés chegou a pedir para que as pessoas jogassem uma corda para puxar os dois. “Aí meu outro irmão jogou uma corda, mas não deu tempo mais. Os dois afundaram e eu saí na rua pedindo socorro. Um pessoal que estava perto tirou meu pai e depois meu irmão da água. Meu irmão morreu na minha frente e meu pai, nos braços da minha filha de 15 anos”, contou.

Diego e Moisés ficaram cerca de 10 minutos embaixo da água e foram retirados do rio por moradores. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado e encaminhou as vítimas para o pronto-socorro de Itararé, mas pai e filho já chegaram ao local sem vida.

“Meu irmão não sabia nadar e meu pai sabia um pouco. Eu acho que o Diego escorregou no rio porque foi tudo muito rápido. Parece que eles chegaram ali para morrer. Nós nem comemos o lanche que tínhamos levado”, lamentou Nilce.

“Eu nunca imaginava que meu pai ia sair e não ia mais voltar para casa. Vai deixar muitas saudades. Ele era um excelente pai. Eu tinha tanto orgulho, até de apresentá-lo para as pessoas, de falar que ele era o meu pai”, declarou.

Ao falar do irmão, Nilce destacou que Diego era um “rapaz muito alegre, que não tinha tristeza”. “Perder uma pessoa já é dolorido, agora duas de uma vez só é pior ainda. Quando a pessoa está doente, no hospital, a gente não tem tanta surpresa. Agora meu irmão morreu dando risada, estava brincando comigo. Dói muito”, finalizou.

A Polícia Civil de Itararé informou que um inquérito foi instaurado na segunda-feira (24) para apurar o caso. As autoridades vão ouvir familiares e testemunhas para entender o que aconteceu no dia da tragédia.