Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra o momento em que o deputado federal Roberto Monteiro (PL), pai do ex-vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro – preso por estupro – classificou o projeto que proíbe a “saidinha” como uma “covardia” com os detentos que possuem bom comportamento.

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“Eu sempre fiz trabalhos em presídios, trabalhos sociais. Eu sou pai de Gabriel Monteiro e todo sábado eu estou lá em Bangu 8. E eu vejo o seguinte: que é uma covardia cercear aqueles que estão privados de sua liberdade e que dentro do cárcere cumprem literalmente, como manda o figurino, tudo direitinho”, relatou o deputado.

O projeto segue agora para a sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A votação foi simbólica e não houve registro nominal dos votantes. De acordo com o deputado, se for aprovada, a medida vai prejudicar a maioria dos presos que cumprem os requisitos para saídas temporárias.

“Por causa desses malfeitores que, por uma saidinha, fazem atrocidades, barbaridades e que a mídia apresenta com muita clareza, um coletivo de 95% não pode pagar por 5% daqueles malfeitores. Então, eu torço para que essa Casa não concorde com essa situação”, acrescentou.

O projeto

O projeto já havia sido aprovado na Câmara no final de 2022, mas precisou de novo votação pelos deputados após algumas mudanças terem sido feitas pelos senadores em fevereiro de 2023.

O texto ganhou força depois que um policial militar foi baleado por um suspeito que estava em saída temporária, em Minas Gerais, em janeiro deste ano.

Caso seja aprovado, o projeto prejudica o ex-vereador Gabriel Monteiro, que está preso desde 2022 em Bangu, no Rio de Janeiro. Segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Monteiro teria forçado uma jovem a ter relações sexuais com ele após a inauguração de uma casa noturna, no dia 15 de julho de 2021, na Barra da Tijuca (RJ).

Além disso, Gabriel Monteiro é réu em pelo menos três processos que tramitam em segredo de Justiça. Neles as acusações são: peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, coação à testemunha e por filmar relações sexuais com uma adolescente, de 15 anos.