Pagliuca diz que ainda não superou final da Copa de 1994

SÃO PAULO, 19 NOV (ANSA) – O ex-goleiro italiano Gianluca Pagliuca, vice-campeão da Copa do Mundo de 1994, afirmou que ainda não esqueceu a final perdida nos pênaltis para a seleção brasileira em Pasadena, nos Estados Unidos.   

O ex-jogador de 58 anos, que defendeu Sampdoria, Internazionale, Bologna e Ascoli no decorrer da sua carreira, revelou em uma entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport que até hoje assiste aos vídeos da decisão, principalmente as penalidades.   

“Ainda não consigo dormir. Às vezes acordo no meio da noite e assisto aos vídeos das cobranças de pênalti novamente. Eu vejo e penso comigo mesmo: “Pule para a direita!” Em vez disso, eles me fintam três vezes. Eu impedi um, mas não foi o suficiente”, disse o ex-arqueiro, conhecido como “Gatto di Casalecchio”.   

Ídolo em todas as equipes que passou, Pagliuca destacou uma imagem da final do Mundial de 1994 que ainda é muito vívida em sua memória.   

“Não consigo tirar essa imagem da cabeça: eu caminhando a um metro da taça. Eu podia até tê-la tocado, ela estava bem ali”, disse o ex-atleta.   

Na mesma Copa, Pagliuca é muito recordado pelo icônico beijo na trave após sua defesa no chute de Mauro Silva, em que a bola escorregou de suas mãos, bateu no poste e voltou para seus braços. Além disso, o italiano se tornou o primeiro goleiro a levar um cartão vermelho na história do megaevento da Fifa.   

Pagliuca foi expulso no embate contra a Noruega, válida pela segunda rodada da fase de grupos, após tocar a bola com a mão esquerda fora da área. O técnico Arrigo Sacchi surpreendeu ao tirar Roberto Baggio para a entrada de Luca Marchegiani, goleiro reserva.   

“Fui expulso e o Marchegiani entrou. Eu e o Robi [Baggio] nos encontramos no vestiário e houve meia hora de silêncio absoluto.   

Um olhar foi suficiente para nos entendermos”, disse o ex-goleiro, tricampeão da Copa da Itália pela Sampdoria.   

Embora estivessem em lados opostos na final da Copa de 1994, Pagliuca atuou ao lado de Ronaldo “Fenômeno” na Inter de Milão e revelou ter uma profunda admiração pelo ex-craque brasileiro, tanto que recusou uma proposta do Manchester United para ficar nos nerazzurri.   

“Ferguson me queria, mas a Inter tinha acabado de contratar o Ronaldo, e eu não tinha intenção de sair: eu estava no mesmo time da ‘Fenômeno’, o melhor jogador que já vi em toda a minha carreira. Além disso, Moratti não queria me vender e a Premier League era menos atraente que a Série A na época”, concluiu.   

(ANSA).