John Textor, dono da SAF do Botafogo, reclamou nesta quarta-feira, durante a coletiva de apresentação do técnico Bruno Lage, sobre a demora da Prefeitura do Rio para ceder o terreno onde será construído o novo CT do clube. Ele apontou o “o tempo da política” como motivo da espera e foi rebatido pelo prefeito Eduardo Paes. Nas redes sociais, o político escreveu que “não há processo político demorado” e que a cessão será “ao clube Botafogo e não para a empresa privada” do americano.

O Botafogo tem conversas com a Prefeitura do Rio para receber um terreno, mas, segundo a administração municipal, há dificuldade em encontrar um local do tamanho que atenda às demandas do clube. Hoje, o time treina no Espaço Lonier, localizado na Zona Oeste da cidade, mas a estrutura não satisfaz os planos da gestão de Textor.

“Sobre o CT, está demorando mais do que a gente pensa, mas é como as coisas são”, disse o dirigente durante a coletiva. “A cidade vai ceder um terreno e o tempo da política é assim. Nós colocamos um pouco de dinheiro no Lonier ao longo do último ano para melhorar o nível, mas não é mais a nossa prioridade. Está tudo encaminhado, a gente tenta acelerar o processo pelo novo terreno. Sei que vocês viram os desenhos de como será. Será a primeira na América do Sul com colaboração entre um time brasileiro e um time europeu”, completou.

Pouco tempo após a declaração, Eduardo Paes escreveu a resposta em sua página oficial no Twitter. “Não tem processo político demorado nenhum. Já foi explicado: o tamanho do terreno que o Botafogo deseja a prefeitura não tem. Assim que for dada entrada no projeto de implantação de um grande projeto em Vargem Grande, teremos a doação ao município de uma área do tamanho que o Botafogo quer. Ou seja, não tem processo político nenhum. É só privado”, afirmou.

“Em meu outro governo cedemos áreas para Fluminense, Vasco e Botafogo. Os dois primeiros construíram seus Centros de Treinamento e o Botafogo não. Aliás, já nesse governo fizemos toda a infra de acesso aos Centros de Vasco e Fluminense. E só para lembrar: a cessão aqui vai ser para o clube Botafogo e não para a empresa privada do senhor Textor. Aí teria que ser venda já que tem fins lucrativos”, concluiu.

Mais tarde, o Botafogo soltou uma nota oficial, na qual afirmou que o comentário de Textor “não teve a intenção de cobrança ou insatisfação”. O texto também diz que “John e todos no Botafogo entendem a necessidade de cumprimento das etapas necessárias até a cessão do terreno” e agradece ao “empenho do Prefeito na realização do sonho do clube”.