O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e criticou a atuação do governador Cláudio Castro (PL) nas ações adotadas durante a megaoperação na capital fluminense, que deixou mais de 100 mortos. Segundo Paes, a segurança pública é uma responsabilidade do Estado e há um “jogo de empurra absolutamente ridículo”.
“Se a segurança vai mal, a culpa é do governador do Rio e dos outros Estados do país. O que está sendo feito é um jogo de empurra, é absolutamente ridículo. É óbvio que o governo federal e os municípios podem auxiliar, mas a responsabilidade de quem detém o controle do sistema de segurança pública são os governos estaduais. Esse debate precisa ficar claro. O jogo de empurrar tem que ser superado”, afirmou Paes durante fórum empresarial do grupo Esfera.
Paes, que é pré-candidato ao governo do Rio em 2026 contra o grupo de Cláudio Castro, também defendeu a postura do governo federal diante das cobranças realizadas. A megaoperação deixou 122 mortos, entre eles cinco policiais militares do Batalhão de Choque do Rio.
“Todo mundo aqui sabe que eu sou aliado do presidente Lula. Ouvi muito que ele é presidente do Brasil inteiro, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Santa Catarina. Por que só no Rio a culpa é dele? Ele não tem responsabilidade sobre os bons números de segurança pública em Santa Catarina? Ele pediu ao governador Jorginho Mello para cumprir com as obrigações dele. A Polícia Federal não é a mesma que atua no Rio?”, questionou o prefeito.
A operação ocorreu nas primeiras horas do dia 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão. Com os efeitos da megaoperação, houve atritos entre as gestões federal e estadual. Castro alegou não ter recebido ajuda da União para a ação. Em resposta, o ministro da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou não ter recebido nenhum pedido de apoio. O governador, então, recuou e disse ter sido “mal interpretado”.
A situação também motivou a ida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao Rio de Janeiro para acompanhar a operação. Outro efeito sentido foi a movimentação do Congresso e do governo Lula em torno de projetos de segurança pública com foco nas eleições de 2026.