O quarto bloco do debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, TV Gazeta e Twitter arrancou manifestações do público e das mídias sociais ao enveredar pelo tema da corrupção e pela citação de alguns “padrinhos” dos principais candidatos, caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do presidente Michel Temer (PMDB).

João Doria (PSDB) defendeu a gestão Alckmin e atacou Fernando Haddad (PT) dizendo que o PT introduziu a corrupção no País. Doria elogiou a “honestidade e decência” do governo Geraldo Alckmin. A fala provocou reações na plateia, que vaiou o candidato e, aos gritos, fez referências ao escândalo da máfia da merenda.

“Sou candidato a prefeito de São Paulo e me preparei para isso”, discursou Doria. “Eu respeito você, Haddad, mas você não pode falar o que falou do governo Alckmin nem de gestão porque seu partido fez o que fez com o Brasil: deixou milhões de pessoas desempregadas. Não me venha dar aulas de gestão porque você não está sendo bem avaliado.”

Luiza Erundina, do PSOL, disse que é preciso preservar o trabalho da Lava Jato e que não podem ser aceitos excessos, mas fez uma ressalva: “A defesa do ex-presidente Lula é uma questão que diz respeito ao Partido dos Trabalhadores.”

Haddad disse concordar com Erundina na opinião de que Fernando Henrique Cardoso foi um dos piores presidentes da história da República, mas foi obrigado, mais uma vez, a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lembrou seus projetos à frente do Ministério da Educação e disse que Lula, durante esse tempo, nu nunca lhe pediu para receber empreiteiros.

Doria rebateu Haddad dizendo que a diferença entre Lula e FHC é que o tucano é “honesto”.

Mudanças nas leis trabalhistas esquentaram o clima entre Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB). Indagada sobre a intenção do governo Michel Temer de permitir o aumento para 12 horas do limite da jornada diária de trabalho, Marta respondeu: “O presidente Michel Temer não encampou a jornada de 12 horas de trabalho. Quem fez a proposta foi o ministro do Trabalho, que é do partido do Russomanno.”

O candidato do PRB rebateu: “Eu disse que sou contra o aumento da jornada de trabalho. Acho que precisamos de reformas, mas quem tem que falar com o presidente é a candidata Marta, que é do partido dele.”

Major Olimpio (SD) disse que a gestão de Erundina foi sofrível e que, quando prefeita, foi julgada por ter apoiado uma greve de ônibus e teve que fazer uma “vaquinha” para arrecadar dinheiro e pagar uma multa. Erundina lembrou que não cometeu crime e argumentou ter ordenado que os ônibus da extinta CMTC não deixassem as garagens para preservar os veículos. “O sucesso da nossa gestão é reconhecido mais hoje do que quando deixei a Prefeitura”, enfatizou.

Transporte público também rendeu polêmica quando se falou entre a concorrência entre taxistas e os motoristas do Uber. “Nossa meta é acabar com a concorrência desleal”, disse Russomanno. “O motorista do Uber precisa ser regulamentado. Não é justo que o Uber fique com 25% da corrida do motorista. Nós nem sabemos quantos motoristas da Uber tem em São Paulo.”