Um padre se recusou a falar o nome da criança que batizava em uma igreja católica do Leblon, Rio de Janeiro, e causou repercussão nas redes sociais. Segundo a família do bebê, o religioso teria rejeitado falar “Yaminah”, alegando que não era uma nominação cristã.
A tia da criança registrou em vídeo quando o padre derrama água na cabeça da menina – momento em que costuma dizer “eu te batizo, [nome]”. O religioso, porém, se refere com “a criança” ou “a filha de vocês”.
Os pais do bebê alegaram que o problema começou logo antes da cerimônia, com o padre da Paróquia Santos Anjos chamando os parentes para dizer que não citaria o nome da batizada. A justificativa é de que ele fazia parte de um culto e não poderia falar um nome não-cristão.
“O padre chamou a minha sogra e disse que não falaria o nome da nossa filha porque não era cristão. Depois, na sacristia, ele disse que estava ligado a um culto religioso e que, por isso, não falaria. Ele sugeriu usar Maria antes, mas não aceitamos”, contou a mãe da criança ao G1.
O religioso chegou a ser questionado pelos familiares do bebê, que pediram para que ele citasse o nome. Ele insiste em se referir como “querida criança” e alega que já havia a nomeado no momento necessário.
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Os pais explicaram que escolheram o nome “Yaminah” por acharem forte e que significa “justiça, prosperidade, direção”.
Em nota oficial, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro alegou que o ritual de batismo foi “foi celebrado corretamente, segundo o Ritual Romano do Batismo de Crianças”.
“De acordo com esse rito, o nome das crianças a serem batizadas não é mencionado em todos os momentos da celebração, mas em um momento específico previsto pela liturgia. O ritual foi seguido fielmente, com o nome desejado pela família sendo devidamente pronunciado e registrado no livro paroquial, bem como na lembrança de Batismo entregue aos pais”.
O comunicado cita pondera que os pais, padrinhos e pároco cuidem para que “não seja imposto nome estranho ao sentido cristão”. Eles garantem, porém, que as indicações devem ser indicativas, não impositivas.
A Arquidiocese ainda afirma que repudia qualquer forma de discriminação e reafirma seu compromisso com o acolhimento, com o diálogo respeitoso e com o respeito à diversidade cultural de nosso povo.