O padre Fábio de Melo foi denunciado à Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, devido à recente polêmica em uma cafeteria em Joinville, Santa Catarina. A denúncia foi apresentada por um bispo daquele mesmo estado, que considerou a postura do religioso indevida e “fora das doutrinas da Igreja Católica”. As informações foram divulgadas pelo colunista Ricardo Feltrin nesta quinta-feira, 18.
A queixa oficial não prevê punições severas ao padre, e representa apenas uma questão disciplinar, porém a anotação provoca uma “mancha” no registro do sacerdote dentro da instituição.
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A Congregação para a Doutrina da Fé foi criada em 1542 como um tribunal eclesiástico para punir aqueles considerados “hereges”. Atualmente, a instituição recebe denúncias sobre o comportamento dos religiosos, como desvio de dinheiro, casamentos escondidos e até casos de pedofilia. Quando foi eleito papa, Bento 16 era o chefe dessa congregação.
O padre Fábio de Melo se envolveu em uma grande polêmica, no mês passado, por conta de um mal-entendido em uma unidade da rede Havanna, em Joinville. Através das redes sociais, ele relatou o caso e reclamou do atendimento, gerando uma grande repercussão que culminou com a demissão do gerente do estabelecimento.
O ex-funcionário Jair José Aguiar da Rosa, alvo das reclamações do padre, negou que tivesse maltratado o cliente ao informar o preço correto de um produto. Ele agora processa o padre e a empresa onde trabalhava.
Através das redes sociais, o ex-gerente fez publicação afirmando estar com depressão e até com medo de sair nas ruas, tendo até trancado a faculdade faltando três meses para terminar o curso.
Na ocasião do ocorrido, o padre publicou nota na qual defendeu sua postura e criticou os julgamentos que recebeu na web.
“Nunca, em tempo algum, levantei minha voz ou minha ação com intuito de ferir ou prejudicar quem quer que fosse. Não carrego em mim a intenção da maldade, tampouco alimento o desejo de vingança ou revide”, disse ele.
“Se, em algum momento, minha postura, minha fala ou minha presença causaram dor a alguém, quero aqui reafirmar, com humildade: estendo a mão não para julgar, mas para acolher; não para me eximir, mas para dialogar. Porque assim me ensinou Cristo. O amor é sempre a se oferecer e perdoar. Sigo comprometido com minha missão e em paz com a consciência tranquila de quem vive para servir”, finalizou.