REGGIO CALABRIA, 28 JUL (ANSA) – Um padre foi detido nesta segunda-feira (28) na província de Cosenza, na região da Calábria, no sul da Itália, sob a acusação de agressão sexual contra um menor.
A operação foi deflagrada por carabineiros da Companhia de Reggio Calabria com base em uma ordem de custódia preventiva emitida pelo juiz de instrução local.
O religioso, cuja identidade não foi revelada, é alvo de uma investigação por incidentes que iniciaram entre 2015 e 2016 e continuaram até 2020, quando o jovem, que tinha 16 anos na época, atingiu a maioridade.
O inquérito documentou que, mesmo após ser transferido para uma paróquia na província de Cosenza, o padre continuou a trabalhar com menores.
Segundo a acusação, ele teria se aproveitado de sua posição e da difícil situação familiar do adolescente para estabelecer um relacionamento ambíguo com ele. Inicialmente alimentada por bajulação e atenção, a relação posteriormente resultou em agressão sexual, ocorrendo em áreas isoladas da igreja.
A investigação foi conduzida por meio de depoimentos, provas documentais e investigações técnicas. A vítima participava de atividades pastorais e comunitárias na paróquia de Reggio Calabria, organizadas pelo padre preso.
Considerado uma figura de grande carisma e autoridade no contexto eclesiástico, o sacerdote teria usado sua posição para manipular emocionalmente o jovem, fazendo-o sentir-se espiritual e moralmente ligado ao seu “pai guia”.
Segundo os carabineiros, em alguns casos, após consumar os atos sexuais, o padre chegava a dar uma bênção à vítima, pedindo “perdão” pelo incidente.
As autoridades enfatizaram que o adolescente, apesar do desconforto e do sofrimento, lutava para se rebelar, porque estava paralisado por uma sensação de subjugação e pelo medo de perder o vínculo com a comunidade paroquial. Ou seja, vivia em estado de subordinação que o padre teria alimentado com estratégia e consciência, a ponto de tornar o jovem incapaz de resistir. (ANSA).