Pelo menos sete pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas durante ataques realizados neste domingo, 23, por homens armados contra duas igrejas ortodoxas, uma sinagoga e um posto de polícia nas cidades de Derbent e Makhachkala, na região do Daguestão, uma república russa predominantemente muçulmana do Cáucaso que é palco regular de ataques terroristas.
Entre as vítimas estão seis policiais e um padre, segundo a mídia local. As autoridades afirmam que conseguiram matar pelo menos quatro agressores.
“Por volta das 18h (horário local, 12h de Brasília) em Derbent, indivíduos desconhecidos dispararam contra uma sinagoga e uma igreja com armas automáticas”, informou o Ministério do Interior da Rússia em sua conta no Telegram.
O Comitê Nacional Antiterrorismo da Rússia também informou que o padre da Igreja Ortodoxa morreu durante o ataque e declarou um alerta “para garantir a segurança, deter os crimes terroristas e prender os envolvidos no ataque a tiros”.
A pasta de Interior também relatou outro ataque realizado este domingo na cidade de Makhachkala, cerca de 110 quilômetros a norte de Derbent, onde homens armados dispararam contra outra igreja e um posto de polícia.
Em Derbent, os agressores fugiram em um carro VW Polo branco, enquanto em Makhachkala, forças de segurança e agressores armados trocaram tiros.
Imagens da sinagoga de Derbent envolta em fogo e densas colunas de fumaça foram transmitidas pela televisão pública russa.
O líder do Daguestão, Sergey Melikov, denunciou que estes ataques “são uma tentativa de desestabilizar a situação” na república e fez um apelo à população através do Telegram para que mantivesse a calma.
“O que essas malditas pessoas mais desejam é que o pânico se espalhe. O Daguestão não lhes dará esse prazer”, destacou Melikov.
A direção de investigação do Comitê de Instrução do Daguestão já abriu processos criminais relacionados com os ataques em ambas as cidades do Daguestão.
Os atentados às igrejas foram realizados no mesmo dia em que os ortodoxos russos celebram o Pentecostes.
Onda de ataques
Recentemente, a Rússia sofreu uma série de ataques terroristas executados por extremistas islâmicos.
Em março, o braço afegão do Estado Islâmico, conhecido como Estado Islâmico da Província de Khorasan, assumiu a responsabilidade pelo massacre em uma casa de shows em Moscou, o ataque terrorista mais mortal dos últimos anos, que deixou 139 pessoas mortas.
Na semana passada, as forças especiais russas libertaram dois guardas e mataram seis homens ligados ao EI que os haviam tomado como reféns em um centro de detenção na cidade de Rostov, no sul do país.
Em fevereiro, uma igreja do Daguestão também foi atacada por um homem armado que disparou indiscriminadamente contra uma multidão de pessoas que celebravam o feriado russo de Masletnisa, semelhante ao Carnaval e que precede o grande jejum ortodoxo, e matou quatro pessoas. O agressor foi morto pelas forças de segurança, após o que o grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque.
O Daguestão também foi palco de uma série de incidentes antissemitas. Em especial, no ano passado, quando uma multidão invadiu o aeroporto de Makhachkala em busca de passageiros judeus que chegavam de Israel.
(EFE, ots)