Padre condenado por pornografia infantil trabalhará no Vaticano

VATICANO, 28 JUL (ANSA) – Um padre italiano condenado por pornografia infantil voltou a trabalhar, nesta segunda-feira (28), na Segunda Sessão da Secretaria de Estado do Vaticano, onde iniciou sua carreira eclesiástica anos atrás.   

Trata-se do sacerdote Carlo Alberto Capella, ex-integrante do alto escalão diplomático da Igreja Católica que cumpriu uma pena de cinco anos de prisão e o pagamento de multa de 5 mil euros por possuir e compartilhar “grandes quantidades” de material de pornografia infantil.   

Originário de Capri, Capella foi detido em abril de 2018 em uma cela da gendarmeria do Vaticano. Durante julgamento, ele admitiu que consultava imagens de pornografia infantil desde julho de 2016, explicando ter atravessado “uma crise pessoal”, ao se sentir inútil em sua função de conselheiro na nunciatura nos Estados Unidos.   

Além disso, relatou que havia utilizado por vários meses a rede social “Tumblr”, em busca de informações insólitas como fotos divertidas de animais. Entretanto, ao entrar em contato com outros usuários da rede, começou a trocar imagens de pornografia infantil.   

Na ocasião, a gendarmeria vaticana revelou ter localizado mais de 40 imagens e vídeos de pornografia infantil no telefone celular do sacerdote italiano. Algumas gravações mostravam relações sexuais entre adultos e crianças.   

O anúncio da Santa Sé provocou críticas da rede de defesa de vítimas “BishopAccountability.org”, que classificou como “irresponsável e imprudente” a “decisão do serviço diplomático do Vaticano de recontratar Carlo Alberto Capella, um padre condenado por distribuir e possuir imagens de abuso sexual infantil”.   

Para a associação, a contratação “não foi um ato de misericórdia, mas sim um ato de arrogância, uma expressão de desprezo pela exigência pública de que a Igreja mostre tolerância zero em relação a clérigos culpados de crimes sexuais contra menores”.   

“É chocante que, em 2025, altos funcionários católicos ainda priorizem o bem-estar de abusadores sexuais em detrimento de crianças que sofreram abuso”, concluiu. (ANSA).