Especulado para deixar o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais do Governo Federal, Alexandre Padilha (PT-SP) não deve ficar desamparado pelo governo. A tendência é que ele assuma o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade.
Padilha deve deixar a SRI para dar lugar a um nome expoente do Centrão. O nome forte do momento é o líder do MDB na Câmara dos Deputados, Isnaldo Bulhões (AL), que conta com o apoio do novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Já os petistas, como mostrou o site IstoÉ, têm cobrado um nome do partido para a pasta. Para eles, os favoritos são o deputado José Guimarães (CE) e o senador Jaques Wagner (BA).
Lula vê em Padilha um dos seus principais apoiadores e não quer tirá-lo da alçada do Planalto. Ao mesmo tempo, Nísia Trindade é pressionada a apresentar resultados e entregas de programas para marcar o governo.
O chefe do Planalto se mostrou, de acordo com interlocutores, resistente a trocar o comando da pasta, mas sinalizou que faria isso para alocar Alexandre Padilha. O ministro já comandou a pasta durante o governo Dilma Rousseff, quando lançou o programa Mais Médicos.
Questionado sobre a troca, Padilha desconversou e disse que “tudo é bom, ruim é ser oposição”. Ele ainda evitou confirmar uma reunião com Lula para debater o tema.
As negociações para a reforma ministerial devem ser intensificadas nesta semana, após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Hugo Motta e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) devem entrar no círculo de negociações.
Mesmo que Lula aponte mudanças pontuais, a expectativa de membros do Planalto é que haja uma grande reforma para abrigar os ex-presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Além da SRI, são esperadas mudanças nos ministérios das Mulheres, da Ciência e Tecnologia, da Agricultura, da Indústria e Comércio e na Secretaria-Geral da Presidência da República.