SANTIAGO DO CHILE, 21 OUT (ANSA) – O poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) não faleceu em decorrência de um câncer de prostata como consta em sua certidão de óbito, informou nesta sexta-feira (20) uma equipe internacional de especialistas.   

Em uma reunião em Santiago, no Chile, os peritos informaram que o poeta, opositor ao golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet de 11 de setembro de 1973, não morreu por causa de uma caquexia cancerosa embora tivesse sofrido dessa doença.   

” A caquexia está descartada. Isso está claro”, disse o juiz especial Mario Carroza, que investiga as causas da morte do prêmio Nobel de Literatura em 1971.   

Segundo o grupo de cientistas, as análises identificaram “uma outra toxina que poderia ter causado a morte” de Neruda. No entanto, será preciso realizar outros estudos para “ter uma conclusão definitiva”.   

Desde a última terça-feira (17), cerca de 16 especialistas de Espanha, Estados Unidos, Dinamarca, Canadá, França e Chile compartilharam seus estudos e análises na capital chilena.   

Neruda morreu no dia 23 de setembro de 1973, em uma clínica de Santiago, poucos dias após o golpe de Estado que derrubou o governo de Salvador Allende. Anos depois, em 2011, uma investigação foi aberta para analisar se o Nobel morreu devido ao câncer ou se foi envenado.   

Em 2013, o cádaver de Neruda foi exumado e as pesquisas descartaram a morte por envenenamento. Mas, Carroza manteve aberta a investigação porque o resultado foi considerado inconclusivo. (ANSA)