Desaparecido desde o dia 28 de janeiro, o piloto Antônio Sena, de 36 anos, foi resgatado no sábado (6) depois de passar 36 dias perdido na selva amazônica. Ele desapareceu enquanto realizava um voo entre os municípios de Alenquer e Almeirim, no Pará.

“As minhas prioridades sempre foram buscar água e tentar buscar alimento, seja ele qual fosse”, contou Sena ao Fantástico, da TV Globo. Ele afirma que passou mais de um mês comendo ovos de aves e frutas que encontrava na floresta.

Após mais de 30 dias caminhando na mata, Sena encontrou castanheiros de uma localidade chamada Igarapé Puxuri. O homem conseguiu contato com a família na sexta-feira (5) por meio de um rádio amador e foi resgatado no dia seguinte por uma aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará.

Pouso forçado

Aos policiais que participaram do resgate, Sena explicou que a aeronave que ele pilotava “parou” de funcionar e ele conseguiu fazer um pouso forçado.

“Pousei forçado. A aeronave parou (de funcionar). Como eu vinha voando baixo em três mil metros e ali tinha serra de dois mil metros e um pouco mais, o tempo que eu tive foi de tentar reacender (o avião) e não consegui. Como eu não consegui, já fui buscando local para pouso. Fui encontrando um vale, desviando das árvores maiores até que consegui pousar em um valezinho no meio de duas serras”, recordou Sena.

“Então ele (o avião) entrou e eu bati nos açaizeiros e ele entrou de bico no igarapé certinho. Ele está de cara no igarapé. Como é tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado, peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Ela está queimada. Uma parte esta queimada”, detalhou.

O piloto disse ainda que marcou pelo GPS a localização da queda da aeronave em que estava. “Ainda fiquei uma semana lá. Eu ouvia aeronave passar um pouco longe, nenhuma muito próximo. Passada uma semana que vi que demorou e mudou a frequência de aeronaves entendi que não viriam mais”, relatou Antônio Sena.

Logo após o desaparecimento, a Força Aérea Brasileira iniciou buscas que duraram cinco dias, mas foram encerradas por não haver nenhum vestígio, nem da aeronave, nem do piloto.