Lançado em 2021, no Festival de Cannes, Está tudo bem chega agora aos cinemas brasileiros, nessa adaptação do romance autobiográfico de Emmanuèle Bernheim, que no início dos anos 2000 havia colaborado com o diretor francês no roteiro de Swimming Pool – À beira da piscina (2003). Emmanuèle morreu em 2017, e, somente depois disso, Ozon retomou o script do longa que estreia agora – antes, o cineasta considerava a história pessoal demais. No filme, Sophie Marceau faz o papel de Emmanuèle, que visita seu pai (André Dussolier), de 85 anos, num hospital, depois que ele sofre um derrame. Ao acordar, convalescente e paralisado, ele faz à filha um pedido: quer que ela o ajude a dar termo a sua própria vida. Quando iniciou sua carreira, Ozon foi considerado um enfant terrible do cinema francês. Pudera. Salvo um ou outro filme de tom relativamente mais cômico, como 8 mulheres (2002), ele é conhecido por seus dramas densos, personagens complexos e um humor ácido. No elenco, destaque também para Hanna Schygulla, a atriz-fetiche de Rainer Werner Fassbinder, uma das grandes referências cinematográficas de Ozon. O Festival Valirux apresentará, entre junho e julho, o seu mais novo filme, Peter Von Kant, uma versão do clássico do diretor alemão.

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O enfant terrible no streaming

Duas plataformas de streaming no Brasil acolhem parte da filmografia de Ozon: no Prime Video estão cinco produções mais recentes do diretor: incluídos na assinatura estão Dentro da casa (2012), com Fabrice Luchini; O amante duplo (2017), com Jérémie Renier, e Graças a Deus (2018), protagonizado por Melvil Poupaud. Para alugar, Jovem e bela (2013), estrelado por Charlotte Rampling, atriz recorrente em seus filmes, e Verão de 85 (2020), indicado a três prêmios César. A Mubi tem alguns dos filmes do início de sua carreira, como Sitcom (1998), Sob a areia (2000) e Swimming Pool (2003), ambos com Rampling, e O amor em cinco tempos (2004), com Valeria Bruni Tedeschi.