Entra em vigor nesta segunda-feira, 23, a determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que estabelece a exigência de receita médica para compra de medicamentos agonistas do GLP-1, como o Mounjaro, Ozempic e Wegovy. A medida havia sido divulgada em 16 de abril.
+ Vendas de Ozempic, Mounjaro e afins disparam antes de início de nova regra para receita
+ Falta de Ozempic em farmácias leva pacientes a utilizar outro remédio
Com a nova medida, canetas como Ozempic entram no mesmo critério utilizado para a venda de antibióticos, por exemplo: necessidade de duas vias de uma receita branca, sendo que uma delas deve ficar na farmácia para efetuação de registro na Anvisa.
Conforme um levantamento da Close Up International, houve um aumento de 15,5% na venda dos fármacos após o anúncio da Anvisa, entre 17 de abril e 5 de junho. Em comparação ao mesmo período em 2024, o crescimento foi ainda maior, de 39,1%. A base de dados utilizou registros de 98% das vendas farmacêuticas no país.
“O uso excessivo e irracional de medicamentos relacionados ao controle do apetite ou à sensação de saciedade constitui um problema de saúde pública”, afirmou um dos diretores da Anvisa, Daniel Pereira. “A utilização desses fármacos, sem a devida orientação médica, pode resultar em sérios efeitos adversos, destacando a importância de um acompanhamento profissional.”
Medicamentos agonistas
Os agonistas do GLP-1 (ou agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon) são uma classe de medicamentos usados no tratamento do diabetes tipo 2. Eles imitam a ação de um hormônio natural, o GLP-1, reduzindo a glicose no sangue e aumentando a sensação de saciedade.
Remédio do tipo mais popular entre os brasileiros, o Ozempic, assim como o Wegovy, é fabricado pela dinamarquesa Novo Nordisk. Ambos são a mesma substância: a semaglutida. Sua comercialização foi aprovada pela Anvisa em 2018 e iniciada em 2019. Nos últimos três anos, no entanto, sua popularidade cresceu associada ao uso para perda de peso estética.
Já o Mounjaro, da estadunidense Eli Lilly, chegou ao país apenas neste ano. Tem como base a tirzepatida, substância que diferente da semaglutida imita a ação de dois hormônios intestinais: o GLP-1 e o GIP (peptídeo inibidor gástrico). Assim, pesquisas apontam um efeito mais intenso do que nos outros medicamentos.