ROMA, 16 FEV (ANSA) – A ONG Oxfam lançou nesta sexta-feira (16) um plano de ação para acabar com os problemas de assédio sexual na organização, uma semana depois da polêmica revelação feita pela imprensa britânica de que vários funcionários contrataram prostitutas no Haiti após o terremoto de 2010.   

Segundo a organização, uma comissão foi criada para “trabalhar à distância da Oxfam”, mas que terá acesso aos registros dos funcionários, que serão entrevistados para a identificação dos Além disso, a Oxfam vai triplicar o financiamento dos programas de proteção – que superará a quantia de US$1 milhão – e dobrar o número de colaboradores no departamento, ampliando o investimento na formação sobre questões de gênero. Em meio à polêmica, a ONG negou uma falta de transparência na gestão do escândalo haitiano, que provocou a fuga de diversos funcionários e levou o governo britânico a ameaçar suspender a verba para as organizações envolvidas em escândalos sexuais. “O que aconteceu no Haiti é uma mancha sobre a Oxfam, que nos envergonhará durante anos, e com razão. Imploro o perdão, de todo coração”, declarou Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam Internacional abusos.   

Em 2011, a Oxfam realizou uma investigação interna que provocou a demissão de quatro funcionários, incluindo o então diretor da organização para o Haiti , Roland van Hauwermeiren. Nesta sexta, uma mulher haitiana alegou ter tido vários encontros sexuais pagos, mesmo tendo apenas 16 anos, na época.   

Segundo o depoimento da prostituta, Hauwermeiren foi seu cliente duas vezes na semana ao longo de seis meses. A organização humanitária não transmitiu as denúncias sobre a contratação de prostituta às autoridades haitianas, mas hoje, informou que os nomes dos envolvidos foram comunicados.   

A Oxfam ainda publicará os resultados daquela investigação interna, retirando os nomes das testemunhas, assim como os relatórios da nova comissão.   

“Devemos assegurar que qualquer pessoa culpada de comportamento tão grave não possa circular de uma organização humanitária a outra, expondo mais pessoas vulneráveis a outros riscos”, afirmou Byanyima.   

O diretor da Oxfam Itália, Roberto Barbieri, por sua vez, ressaltou que até agora “nenhum caso de assédio e abuso sexual ocorreu na Oxfam Itália, o que nos conforta, apesar de sabermos que devemos melhorar continuamente”. (ANSA)