O otimismo de investidores com a vacina contra a covid-19 anunciada nesta terça-feira, 11, pela Rússia, bem como com novos estímulos nos Estados Unidos, pressionou com força o contrato de ouro, que fechou em sua maior queda diária desde março.

Na Comex, divisão para metais da Nymex, o contrato do ouro para dezembro encerrou o dia em queda de 4,58%, a US$ 1.946,30 a onça-troy – perdendo, portanto, a marca dos US$ 2 mil por onça-troy. Ao longo do dia, o ouro tocou na mínima de US$ 1.941,20 por onça-troy.

Considerado um ativo de segurança no mercado internacional, o metal precioso aproveitou a tendência à tomada de risco de operadores vista nesta terça e realizou lucros, interrompendo a escalada dos últimos tempos.

“Não nos surpreenderá se a correção do ouro continuar por algum tempo, já que a escala dos ganhos nas últimas quatro semanas foi excessiva”, avalia o banco alemão Commerzbank, em relatório enviado a clientes.

Apoiou o bom humor nas mesas de operações, resultando em acionamento da “posição vendedora” para o ouro, o anúncio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que o país descobriu a primeira vacina contra o novo coronavírus.

Apesar do apoio a ativos arriscados, o imunizador não conta com a confiança da comunidade internacional, na medida em que não foram publicados estudos até o momento sobre ele. Fala do presidente americano, Donald Trump, de que estuda redução do imposto de renda cobrado de famílias médias também ofereceu algum amparo.

Na sessão desta terça, especificamente, o fortalecimento dos juros dos Treasuries foi outro revés ao ouro, na medida em que investidores também montaram posições nos títulos públicos americanos diante da melhora em seus rendimentos.

O ouro vinha renovando recordes históricos por vários dias, com poucas sessões de realização de lucros discreta em meio à escalada, suportado pelo quadro global incerto, dólar fraco e retornos dos Treasuries em mergulho.