Como vem acontecendo sucessivamente, o ouro voltou a encerrar a sessão em alta nesta quarta-feira (05), renovando mais uma vez sua máxima histórica. O quadro global incerto e o baixo rendimento dos títulos públicos americanos têm apoiado a escalada do metal precioso, que hoje recebeu ajuda adicional do dólar fraco no exterior.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro fechou em alta de 1,40%, a US$ 2.049,30 por onça-troy. Ao longo do dia, bateu na máxima de US$ 2.070,3 por onça-troy.

Nem mesmo o apetite por risco verificado no exterior durante os negócios de hoje, bastante amparado pela percepção de que há uma recuperação econômica global em curso após o choque da pandemia de covid,-19, foi capaz de conter a demanda por ouro, considerado um investimento para momentos de cautela. Se houve demanda de ativos considerados arriscados, a segurança do metal precioso continuou procurada, já que ainda há muita incerteza no mercado diante da crise do novo coronavírus e seus impactos sobre a atividade global.

Os juros baixos dos Treasuries, ativos também considerados portos seguros no sistema financeiro, são outro apoio ao rali, já que investidores buscam retornos melhores nos contratos de ouro. Nos negócios de hoje, especificamente, houve ajuda adicional do dólar fraco no exterior, que torna commodities mais baratas para detentores de outras divisas. “Há receio de que o aumento na impressão de dinheiro nos Estados Unidos leve ao aumento rápido da inflação e, consequentemente, ao enfraquecimento do dólar americano”, diz a consultoria Julius Baer.

Os analistas da instituição, no entanto, alertam para os riscos da corrida vista nos últimos tempos nesse mercado. “Acreditamos que o ouro está sendo negociado para além de uma faixa fundamentalmente justificada. Mesmo que o rali possa ir adiante, é claro que os níveis atuais são adequados para os comerciantes de curto prazo, e não para os que buscam refúgios”, defendem.