A expectativa de cortes de juros mais tardios pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continuou contendo nesta quarta-feira os preços do ouro, que operou lateralmente até o fechamento, e ainda resistindo acima da marca psicológica de US$ 2.000 por onça-troy.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril fechou em queda de 0,14%, a US$ 2.004,30 por onça-troy.

O dólar fraco nesta quarta deu apoio para o ouro, que na mínima intraday chegou a ficar abaixo dos US$ 2.000, mas se recuperou mais para o fim da sessão e terminou com pequenas perdas.

Segundo o TD Securities, a resiliência do ouro no nível atual sugere que há uma atividade de compra renovada nos mercados físicos.

O banco canadense aponta que a desinflação em curso nos Estados Unidos ainda é a “perspectiva macroeconômica mais provável”, mas investidores agora estão mais vulneráveis com a possibilidade de cortes tardios.

Em relatório, o ING escreve que o ritmo de flexibilização dos juros do Fed este ano pode mudar. Com isso, a previsão da instituição holandesa de que o ouro vai terminar 2024 perto de US$ 2.150 por onça-troy está “em risco”, afirma.

O Julius Baer escreve que os dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA de janeiro expôs “vulnerabilidades” no mercado de ouro, e o banco suíço mantém sua visão “cautelosa” sobre os preços do metal precioso.

Para considerar um cenário mais otimista, a instituição diz que seria necessário que o Fed cortasse juros mais rápido, e esta visão só é possível em caso de recessão econômica – que não parece tão próxima do radar.

“Ainda vemos mais perspectivas de baixas do que de altas no mercado de ouro”, diz o Julius Baer, ao indicar que os preços têm se sustentado acima dos US$ 2.000 devido à “força das compras de bancos centrais e o aparente regresso dos chineses, que procuram refúgios seguros”.

No mundo ocidental, porém, ele destaca que há uma fraqueza na procura por ativos de segurança.