O ouro atingiu nesta quinta-feira o menor patamar de fechamento em mais de três meses diante da menor busca por segurança, em um quadro nos mercados globais de maior apetite por risco, desencadeado no exterior pela possibilidade de remoção de tarifas bilaterais entre Estados Unidos e China.

O ouro para dezembro fechou em baixa de 1,78%, a US$ 1.466,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). O metal precioso atingiu o menor nível de fechamento desde 2 de agosto, quando estava cotado a US$ 1.452,50 a onça-troy.

O otimismo nos mercados internacionais foi apoiado no início da tarde por uma informação da Bloomberg, obtida com fontes, de que os americanos confirmaram que a remoção de tarifas mútuas sobre bens importados fará parte da chamada “fase 1” do acordo comercial com a China.

Pela manhã, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês (MofCom), Gao Feng, havia afirmado que Pequim e Washington concordaram em revogar tarifas “em etapas”, caso o acordo preliminar seja assinado.

O apetite por risco no exterior levou também a uma alta nos rendimentos dos Treasuries, o que, por sua vez, contribuiu para diminuir o interesse dos investidores por outros ativos de segurança, como o ouro.

Na avaliação do analista do Commerzbank Carsten Fritsch, “o ouro permanece à mercê de notícias sobre a guerra comercial, que parece mudar a cada dia”. No entanto, na opinião de Fritsch, o metal precioso ainda é visto como uma alternativa de investimento e eventuais quedas “são presumivelmente atribuíveis a vendas especulativas”.