O contrato futuro de ouro fechou a sessão desta terça-feira, 18, em alta, acima da marca de US$ 1.600 a onça-troy pela primeira vez em sete anos. Considerado uma reserva de segurança, o metal foi impulsionado por uma renovação nos temores em relação aos impactos econômicos do coronavírus, após a Apple revelar que pode ter receitas abaixo do esperado por conta do surto.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril fechou em alta de 1,08%, a US$ 1.603,60 a onça-troy, o maior nível desde abril de 2013.

Uma maior cautela voltou a predominar entre os investidores após a Apple alertar que pode não cumprir as projeções para a receita no primeiro trimestre por conta do avanço do coronavírus.

Segundo a gigante americana, com a paralisação das fábricas na China, a oferta global de iPhones deve ficar mais contida no primeiro trimestre de 2020. A empresa também prevê que a demanda no país asiático será menor.

Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 72.528 casos da doença foram confirmados no país asiático, incluindo 1.870 mortes.

“O ouro tem sido sustentado por uma maior aversão ao risco, como refletido na queda dos mercados acionários e dos juros dos Treasuries”, explica o Commerzbank, em relatório enviado a clientes.

O Julius Baer acredita que os efeitos do surto na economia serão breves e que a recuperação deve ocorrer ainda no primeiro semestre. Com isso, o preço do ouro tende a se consolidar nos próximos meses, na avaliação do banco suíço.

“No entanto, olhando para além do curto prazo, vemos riscos econômicos retornando ao horizonte e, por isso, acreditamos que o ouro vai subir de novo entre o médio e longo prazo”, avalia a instituição, em relatório enviado a clientes.