Os contratos futuros do ouro fecharam o pregão desta sexta-feira, 24, em alta e registraram recorde histórico de fechamento, impulsionados pela escalada nas tensões entre os Estados Unidos e a China.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantil Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão com ganho de 0,10%, a US$ 1.897,5 a onça-troy, superando a máxima histórica anterior de fechamento em US$ 1.891,9 a onça-troy, registrada em 22 de agosto de 2011, com base nos contratos mais líquidos.

“É um momento especial para metais preciosos, onde todos os fatores parecem estar se movendo a seu favor”, analisa Tai Wong, chefe de operações de derivativos de metais preciosos no Banco de Montreal (BMO).

A ordem da China para que o consulado americano na cidade de Chengdu seja fechado, em retaliação à decisão dos Estados Unidos de fechar o consulado do país asiático em Houston, no Texas, aumentou a cautela no mercado e, consequentemente, a demanda pela segurança do ouro. Mas o metal preciso já vinha em trajetória de alta nas últimas semanas.

O ouro tem se beneficiado, entre outros fatores, da fraqueza do dólar. Com a divisa americana em baixa, os contratos da commodity cotados em dólar ficam mais atrativos para detentores de outras divisas.

Para a economista-chefe de commodities da Capital Economics, outro fator que impulsiona o ouro é a política monetária acomodatícia dos principais bancos centrais do mundo, que reduziram drasticamente os juros e injetaram liquidez no sistema financeiro para mitigar os impactos da crise gerada pela pandemia de covid-19.

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“Como os rendimentos reais provavelmente permanecerão baixos por algum tempo, esperamos agora que o preço do ouro permaneça elevado no futuro próximo”, ressalta a profissional da consultoria britânica.

A analista Jeniffer Johnson-Calari, da JJC Advisory, também aposta na alta do ouro. “Para os investidores focados na preservação de capital, o ouro pode ser mais seguro por essa métrica do que os ativos de reserva tradicionais, como títulos do governo, em um horizonte de médio prazo”, afirma.

Daniel Briesemann, analista de metais do banco alemão Commerzbank, no entanto, acredita que o aumento dos preços do metal precioso pode ter ocorrido “muito rapidamente”. “Em nossa opinião, isso implica o risco de um revés”, alerta.


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