O contrato futuro do ouro fechou próximo à estabilidade na sessão desta terça-feira, 9. Em dia marcado por falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), investidores revisam suas expectativas para a taxa de juros dos Estados Unidos, influenciando a demanda por ouro.

O ouro para agosto na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), avançou 0,03% para US$ 1.400,50 por onça-troy, apenas US$ 0,50 acima do fechamento anterior.

Ao longo da manhã desta terça, houve discursos do presidente do Fed, Jerome Powell, e dos dirigentes que comandam as distritais de St. Louis, Atlanta e Filadélfia. Ainda assim, pouco foi dito sobre os rumos da política monetária, com a exceção de Patrick Harker, da Filadélfia, que afirmou não ver necessidade de um corte de juros no momento. Os sinais mistos quanto à posição do Fed alimentam a busca por ativos seguros, o que beneficia o ouro, mas também impulsiona o dólar, encarecendo o metal precioso.

A analista Ipek Ozkardeskaya, do London Capital Group, explica que o ouro está sujeito a duas forças: “de um lado, as revisões das projeções para ativos de risco estimulam a entrada de capital no mercado de ouro; de outro, a recuperação do dólar incentiva vendedores do metal a manter suas posições”. Para a economista, “a marca de US$ 1,4 mil é onde compradores e vendedores estão lutando por um grama de ouro”.

Já o analista de metais do Commerzbank Daniel Briesemann identifica a realização de lucros como um fator que manteve o ouro estável nas últimas sessões, após o rali recente dos preços do metal precioso. “Em qualquer movimento de valorização de um ativo, é natural que os lucros sejam recolhidos em algum momento”, explica. Briesemann avalia, ainda, que as tensões geopolíticas e a tendência dos bancos centrais ao afrouxamento monetário deve continuar valorizando o metal precioso no curto prazo.