O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa, nesta quinta-feira, 18, com movimento de realização de lucros e investidores focados no dólar. Mesmo com o apetite por risco contido por temores de uma segunda onda de covid-19 na China e nos Estados Unidos, e a manutenção do desemprego alto entre os americanos, o ouro não se beneficiou, em pregão volátil do mercado acionário.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro para agosto encerrou em queda de 0,26%, a US$ 1.731,10 a onça-troy.

O metal precioso chegou a reduzir perdas após a divulgação do relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, com um número de americanos sem trabalho ainda superior ao esperado pela mercado. Assim como o ouro, as ações também apresentavam volatilidade. No câmbio, o dólar mais forte tende a pressionar o metal, já que desse modo este fica mais caro para os detentores de outras moedas.

“Os movimentos de preços no ouro e no índice do dólar sugerem que os traders estão recebendo dinheiro”, disse Chintan Karnani, analista de mercado da Insignia Consultants. “Eles estão realizando lucro, por isso a faixa atual do ouro”, enfatiza.

Analista do Commerzbank, Carsten Fritsch acrescenta como motivo para a queda no valor do ouro a queda das importações do metal precioso para Índia e China, os dois principais consumidores. “Nenhum ouro foi enviado para a China pelo terceiro mês consecutivo e praticamente nenhum para Hong Kong. Uma mera meia tonelada foi exportada para a Índia”, destaca.

“A fraca demanda física nos países asiáticos torna o ouro altamente dependente da demanda por ETFs fundos de índice, especialmente porque os bancos centrais – com exceção da Turquia – também dificilmente compram mais ouro no momento”, explica Fritsch.