O ouro fechou em queda no mercado futuro nesta quinta-feira, no dia seguinte ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e seu presidente, Jerome Powell, sinalizarem que o BC dos EUA pode iniciar o processo de retirada gradual dos estímulos monetários, conhecido como tapering, ainda em 2021. A mensagem provocou uma busca por ativos de risco e, consequentemente, os juros dos Treasuries subiram, o que tende a pressionar o preço do metal.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 1,63%, a US$ 1.749,80 por onça-troy.

O comunicado de política monetária divulgado na quarta-feira pelo Fed incluiu sinalizações de que o BC deverá reduzir a acomodação monetária adotada durante o choque da pandemia de covid-19, em mensagem que foi reforçada por Powell, que disse que há consenso para o cronograma do tapering, que pode “facilmente” começar em novembro, segundo ele.

As sinalizações do Fed ajudaram os rendimentos dos Treasuries a subirem nesta quinta, o que prejudica o ouro, pois ambos os ativos concorrem entre si como reserva de segurança de operadores.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também assumiu postura mais hawkish em decisão de política monetária divulgada nesta quinta, ainda que o BC britânico tenha decidido manter sua taxa de juros em 0,10% ao ano e o atual volume do seu programa de relaxamento quantitativo (QE), na avaliação do estrategista-chefe de mercado da SIA Wealth Management, Colin Cieszynski.

“Uma tendência mais hawkish dos bancos centrais melhora o valor do papel-moeda em relação a portos seguros como o ouro”, diz o analista.

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Além das decisões monetárias, investidores ficaram mais otimistas com a situação da incorporadora imobiliária Evergrande, que passa por uma grave crise de liquidez.

“Após o aviso da China para que governos locais se preparem para o potencial colapso da companhia, os mercados deixaram de temer um impacto sistêmico, o que é uma má notícia para o ouro”, avalia o analista Edward Moya, da Oanda, que também prevê um recuo do ouro para o patamar de US$ 1,7 mil em breve.

*Com informações de Dow Jones Newswires


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