Os contratos futuros de ouro encerraram a sessão desta sexta-feira, 31, em leve queda, mas terminaram a semana em alta em meio às incertezas sobre o efeito do coronavírus na economia mundial. Analistas acreditam que o mercado deve seguir de lado por conta das dúvidas sobre a demanda pelo metal na Índia e na China

O ouro para fevereiro o dia em leve queda de 0,04%, a US$ 1.582,90 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), com ganho semanal de 0,69%.

Nesta sexta, as três principais companhias áreas internacionais dos Estados Unidos – Delta, United e American Airlines – anunciaram a suspensão dos voos entre o país e a China, com temores em relação à disseminação mundial do coronavírus.

À tarde, a Suécia tornou-se o 23º país a confirmar casos da doença.

Diante desse cenário, investidores operam com cautela, o que geralmente beneficia o ouro, conforme observa o Julius Baer. No entanto, na avaliação do banco, não há uma movimento claro em favor de ativos de segurança. “Isso se dá parcialmente porque a disseminação do vírus terá um impacto negativo na demanda da China, um dos dois principais consumidores de ouro do mundo”, ressalta.

A Índia, o segundo maior comprador do metal, também é foco de preocupação, no entendimento do Commerzbank.

Em 2019, a demanda indiana por ouro caiu 9%, a 690 toneladas por ano, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês).

Segundo o banco alemão, a WGC espera que o dado atinja de 700 a 800 toneladas em 2020. “No entanto, isso ainda deixaria a demanda indiana de ouro abaixo do nível médio a longo prazo”, afirmou.