O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, 30, devolvendo parte dos ganhos observados na sexta-feira após discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. Investidores, agora, aguardam novos dados da economia dos Estados Unidos que podem calibrar as perspectivas para o “tapering”, como é conhecido o processo de retirada de estímulos pelo BC dos EUA.

O ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,40%, a US$ 1.812,20 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Em um primeiro momento, seguindo o discurso de Powell, o ouro avançou mais de 1%, como o Commerzbank aponta, impulsionado por um dólar desvalorizado e um recuo nos rendimentos dos Treasuries.

Segundo o banco alemão, o movimento ocorreu em razão do discurso ter sido mais dovish do que se esperava, especialmente quando comparado a outras falas de dirigentes sobre o “tapering”. Por sua vez, na atual sessão, os impulsos reduziram, e o ouro acabou por reverter parte dos ganhos.

Para o Commerzbank, o Fed provavelmente vai querer esperar por mais dados que mostrem os efeitos da atual onda da pandemia, causada especialmente pela variante delta do coronavírus, para se movimentar pelo “tapering”. Os relatórios do mercado de trabalho, com o ADP na quarta-feira, e o payroll na sexta-feira são importantes na semana, aponta a análise.

Além dos indicadores dos EUA, o Commerzbank também destaca a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, na terça-feira, quando é “provável que a taxa de inflação tenha aumentado visivelmente ainda mais em agosto, o que deve beneficiar o ouro como reserva de valor”, na avaliação do banco alemão.