O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça-feira, 26, em sessão na qual o metal é impulsionado pela queda nos rendimentos dos Treasuries, após uma escalada recente nos juros dos títulos públicos americanos. Analistas avaliam as perspectivas para a commodity seguir como um porto seguro diante de incertezas econômicas e o avanço da inflação global, levando especialmente em conta a continuidade do conflito entre Ucrânia e Rússia. Além disso, a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também é observada no mercado.

O ouro para junho encerrou a sessão com alta de 0,41%, a US$ 1.904,10 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Desta forma, o metal retomou o nível simbólico de US$ 1.900 a onça-troy, que havia sido perdido na segunda-feira.

Os preços do ouro estão tentando encontrar suporte agora que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) está intensificando os esforços para apoiar a economia e à medida que o movimento de alta dos rendimentos dos Treasuries continua a mostrar sinais de exaustão, avalia Edward Moya, analista da Oanda.

Os investidores esperam que os preços possam manter o nível de US$ 1.900 na decisão do Fed da próxima semana, mas se a aversão ao risco continuar sendo o tema dominante, isso não acontecerá, projeta. “O ouro está sendo negociado mais como um ativo arriscado agora do que como um porto seguro e isso o deixa vulnerável aqui. Se a guerra na Ucrânia ver mais escaladas, isso pode ser o catalisador para reduzir drasticamente os preços”, avalia Moya.

Já o Commerzbank acredita que apesar das quedas recentes, o ouro está bem suportado. Para o banco alemão, o metal deve lucrar com seu status de porto seguro e reserva de valor.

Desta forma, a projeção da instituição para o preço do ouro no final do ano foi elevada para US$ 1.900 por onça-troy, já que o forte aumento nos rendimentos dos Treasuries nas últimas semanas não conseguiu interromper a alta do ouro que podia ser observada até recentemente. “Esperamos que o ouro permaneça relativamente estável e não prevemos quedas sérias de preço, apesar das expectativas consideráveis de alta das taxas de juros”, avalia o Commerzbank.