O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 3, e acumulou ganhos ao longo da semana. Os investidores estiveram atentos ao resultado do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, e à possibilidade apontada por analistas de atraso na redução das compras de bônus (tapering pelo Federal Reserve (Fed).

O ouro com entrega prevista para dezembro avançou 1,23%, a US$ 1.833,70 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semanal, o metal acumulou ganho de 0,78%.

O foco dos mercados internacionais esteve no payroll de agosto, divulgado hoje, que apontou a criação de 235 mil empregos nos Estados Unidos. O resultado ficou bastante abaixo da mediana de 750 mil postos, esperada por analistas consultados pelo Projeções Broadcast. A taxa de desemprego, porém, caiu a 5,2%, como previsto.

Diferentes consultorias têm apontado que o resultado misto do payroll pode influenciar na decisão do Fed para a data referente à retirada de estímulos à economia. A Oxford acredita que o tapering só será anunciado em novembro e a Pantheon Macroeconomics, em dezembro.

Em relação à demanda pelo metal precioso, o analista do Commerzbank Daniel Briesemann observa que há um interesse considerável por moedas de ouro nos Estados Unidos. De acordo com a Casa da Moeda americana, 136.000 onças (4,2 toneladas) de moedas de ouro foram vendidas nos EUA em agosto – mais do que o dobro do mês anterior, aponta o banco em relatório.

Na avaliação da Capital Economics, porém, o preço do ouro deve ser pressionado em breve. A demanda pelo investimento deve cair diante do aumento dos rendimentos reais dos Treasuries, avalia a analista Caroline Bain.

O desempenho enfraquecido do dólar ante moedas rivais nesta sessão contribui para a alta do metal. Como a commodity é negociada na divisa americana, o dólar fraco a torna mais barata para os detentores de outras moedas.