O ouro fechou em alta nesta terça-feira, 29, em dia marcado pela queda no dólar, o que torna o metal precioso mais atrativo. A cautela nos mercados financeiros também estimulou a busca pela commodity, considerada reserva de segurança.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 1,11%, a US$ 1.903,20 a onça-troy, retomando o patamar simbólico acima dos 1.900.

“O rápido aumento no número de infecções e o medo de lockdowns generalizados desencadearam uma mudança de risco nos mercados financeiros”, avalia o Julius Baer, que conclui que a “perspectiva para o ouro será determinada principalmente por buscadores de portos seguros”. Para o banco, em um cenário de melhora no ambiente econômico e ausência de novos lockdowns, o ouro deve se desvalorizar nos próximos meses, a despeito de outros fatores.

Sobre a alta recente, o Commerzbank avalia que “provável que um fator chave tenha sido o dólar um pouco mais fraco, já que a correlação entre o ouro e o dólar tem sido muito acentuada ultimamente”. Às 15h31, o índice DXY, que mede o dólar frente a outras seis moedas concorrentes, registrava queda de 0,44%, a 93,859 pontos.

Além disso, o banco cita as movimentações no Congresso dos EUA sobre um novo pacto de estímulos, que voltaram a indicar que o mesmo pode ser aprovado, o que tem de ocorrer antes do final da semana por conta do fim do ano fiscal no país. O Commerzbank avalia que a aprovação do pacote pode ter impacto no preço do ouro, já que caso ocorra, aumentaria o déficit público, levando o Federal Reserve (Fed) “a comprar títulos” e “aumentando a preocupação sobre a inflação”.