O contrato futuro mais líquido de ouro fechou o quinto dia seguido em alta nesta quinta-feira, 23, em meio ao avanço da demanda pelo metal precioso na esteira de indicadores que mostram desaceleração no ritmo de recuperação da economia global. Incertezas relativas às relações entre Estados Unidos e China e o avanço persistente do coronavírus também beneficiam as cotações.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantil Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou com ganho de 1,33%, a US$ 1.890,00 a onça-troy.

“Os metais preciosos continuam a subir, com o dólar mais fraco, rendimentos dos Treasuries em queda, preocupações com o ressurgimento dos casos de covid-19 e as crescentes tensões entre os EUA e a China”, resume o ING, em relatório enviado a clientes.

Após Washington fechar o consulado chinês em Houston, no Texas, o presidente americano, Donald Trump, defendeu a decisão e disse que poderá determinar que outras representações diplomáticas de Pequim sejam desativadas no país. A deterioração das relações entre as duas maiores economias do planeta acontece em meio à escalada vertiginosa da covid-19, cujo número de casos se aproxima de 4 milhões nos EUA.

O cenário de incertezas espalhou cautela pelos mercados globais, em um movimento que favorece o ouro. Dados macroeconômicos vacilantes também ajudam a piorar o sentimento de risco. A Comissão Europeia divulgou hoje que o índice de confiança do consumidor na zona do euro caiu de -14,7 em junho para -15,0 em julho. Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que os pedidos de auxílio-desemprego subiram pela primeira vez em quase quatro meses na semana passada, a 1,4 milhão.

Segundo a BK Asset Management, o ouro recebe apoio ainda da queda dos níveis de juros reais. “A saída de aplicações dólar, que continua a perder força, tem sido positiva para o ouro, mesmo com o receio da inflação. O ouro é impulsionado principalmente pela queda nas taxas reais de juros”, destaca.