Ouro fecha em alta com busca por segurança em meio a tensões entre EUA e Irã

Os contratos futuros do ouro subiram nesta sexta-feira, 3, em meio à busca por segurança nos mercados internacionais, com a escalada nas tensões entre os Estados Unidos e o Irã. Ontem, um bombardeio americano no Aeroporto Internacional de Bagdá matou o general Qassim Suleimani, comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.

O ouro para fevereiro subiu 1,59%, em US$ 1.552,4 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), com alta semanal de 2,26%.

Na esteira da morte do líder militar, o Irã prometeu “retaliação severa” e o primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul-Mahdi, também condenou a operação dos EUA.

O presidente americano, Donald Trump, por sua vez, disse que o Irã “nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, enquanto seu secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou duvidar que o país islâmico realize algum ataque contra os EUA.

Segundo oficiais de defesa consultados pela NBC News, os EUA enviarão cerca de 3.500 soldados adicionais ao Oriente Médio após a morte de Suleimani.

As tensões entre Washington e Teerã aumentaram nesta semana quando membros ligados ao Kataib Hezbollah, grupo de milícias apoiado pelo Irã, tentaram invadir a embaixada americana em Badgá, em resposta a um ataque dos EUA ao grupo perto da fronteira entre Iraque e Síria no domingo. Os americanos acusam o Kataib Hezbollah de uma série recente de ataques com mísseis contra bases iraquianas, onde estão posicionadas forças americanas.

Na avaliação da Capital Economics, “dado que Teerã prometeu ‘retaliação severa’, o preço do ouro poderia permanecer apoiado inicialmente por temores de um conflito militar maior”. “Se os piores temores não se concretizarem, é provável que os preços do ouro caiam”, acrescenta a consultoria.