Ouro fecha dia em alta com alívio nos Treasuries, mas tem 4ª semana seguida de queda

O ouro fechou em leve alta nesta sexta-feira, 18, beneficiado pelo alívio nos juros dos Treasuries e dólar enfraquecido no exterior. O movimento, contudo, não foi capaz de reverter as perdas semanais obtidas em meio a escalada global de rendimentos de títulos soberanos, levando o metal a encerrar a quarta semana seguida de queda.

No fechamento, o ouro para dezembro fechou em alta de 0,08%, a US$ 1.916,50 a onça-troy, na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na variação semanal, o contrato mais líquido do ouro caiu 1,55%.

O ouro encontrou alívio neste pregão, após operar sob pressão durante a semana em meio a escalada global dos juros de títulos soberanos. O metal precioso foi apoiado pela queda nos juros dos Treasuries e do dólar, em meio também a fuga de ativos de risco nos mercados acionários devido a temores de estresses no sistema financeiro da China.

Contudo, o movimento não foi o suficiente para reverter as perdas na variação semanal. Para a CMC Markets, a atratividade do metal precioso pode reduzir ainda mais, com a ponta longa dos rendimentos de títulos voltando aos níveis elevados de 2008 e a inflação sinalizando possível queda.

Analista da Oanda, Edward Moya pondera que o movimento poderia estabilizar, contanto que os mercados recebam um discurso dovish do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, durante o Simpósio Jackson Hole na próxima semana.

Além disso, investidores de ouro devem “acompanhar de perto” como a China oferecerá suporte para “a crise imobiliária cada vez mais intensa”, avalia Moya. Por ora, o analista observa que investidores parecem fixar o nível de US$ 1.900 como suporte para os futuros do metal.