Considerada uma das maiores promessa da patinação do gelo nos últimos tempos, a russa Yulia Lipnitskaya abandonou a carreira por conta de um distúrbio que vem afetando cada vez mais jovens pelo mundo. Aos 19 anos, a atleta precisou largar o esporte por conta de uma batalha contra a anorexia.

A informação foi confirmada nesta segunda-feira pela mãe de Yulia, Daniela Lipnitskaya. Em entrevista à agência de notícias russa Tass, ela revelou que a filha informou sua decisão à Federação Russa de Patinação em abril, após quatro meses de tratamento contra a doença.

Yulia Lipnitskaya despontou na primeira metade da década. Depois de ótimos resultados nas competições de base, participou da conquista da medalha de ouro na disputa por equipes da patinação no gelo nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, com somente 15 anos. Na ocasião, se tornou a mais nova campeã olímpica da patinação desde 1936.

No mesmo ano, Lipnitskaya faturou a medalha de ouro individual no Campeonato Europeu de Budapeste e a prata no Mundial de Saitama, naquela que foi sua última grande competição de nível mundial, ainda aos 15 anos. O sucesso fez com que se tornasse símbolo da patinação na Rússia, sendo exaltada até pelo presidente Vladimir Putin.

Mas Lipnitskaya teve problemas para lidar com o sucesso e a cobrança excessiva por resultados. Ainda no fim de 2014, a garota de 16 anos chegou a reclamar publicamente da “perda de liberdade” por causa da fama e que se sentia em “estresse constante” para corresponder à expectativa dos torcedores.

Em uma competição nacional, Lipnitskaya escancarou sua dificuldade de lidar com os insucessos ao se recusar a comparecer a uma cerimônia de premiação após ficar com a medalha de prata. Na ocasião, disse que preferia deixar o local do que aceitar a segunda colocação.

Pouco a pouco, a patinadora deixou os holofotes, foi caindo de rendimento, até sumir do cenário da modalidade, perseguida também por lesões. Agora, porém, sua mãe revelou que não eram apenas as contusões que se tornaram um obstáculo na carreira de Lipnitskaya, mas também o grave distúrbio alimentar.