10/02/2022 - 7:16
A mobilização militar da Rússia em Belarus e na fronteira com a Ucrânia representa um “momento perigoso” para a segurança da Europa, advertiu o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.
“Este é um momento perigoso para a segurança europeia (…) Vamos defender e proteger todos os nossos aliados”, disse Stoltenberg em uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
De acordo com Stoltenberg, “uma nova agressão da Rússia (contra a Ucrânia) trará um fortalecimento da presença da Otan, não uma redução”.
“Estamos monitorando de perto a presença da Rússia em Belarus, que é a maior desde o final da Guerra Fria”, acrescentou o secretário-geral da aliança militar transatlântica.
Stoltenberg e Johnson alertaram que a Otan se prepara para enviar mais tropas aos Estados membros do leste da Europa, como Polônia e Romênia.
A Rússia exige que a Otan interrompa sua expansão para o leste da Europa, em direção à fronteira russa, e garantias de que a organização não aceitará a Ucrânia como integrante.
A Otan já respondeu que não está disposta a aceitar as exigências, mas está preparada para discutir com a Rússia questões de segurança continental.
Stoltenberg afirmou que escreveu uma carta ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para pedir a retomada do diálogo no conselho Otan-Rússia.
Países europeus e membros da Otan estabeleceram pontes diretas de contato com o presidente russo, Vladimir Putin, como o presidente francês Emmanuel Macron e o chefe de Governo alemão Olaf Scholz.
Ao mesmo tempo, a Rússia mantém a concentração de tropas e armamento nas proximidades da fronteira com a Ucrânia e iniciou exercícios militares em Belarus e no Mar Negro.
“Este é provavelmente o momento mais perigoso, eu diria, (…) naquela que é a maior crise de segurança que a Europa enfrenta em décadas”, afirmou Boris Johnson.
Nesta quinta-feira, Lavrov se reuniu em Moscou com a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, e ressaltou que as advertências de países ocidentais não terão efeito.
“Ultimatos e ameaças não levam a lugar nenhum, mas muitos de nossos colegas ocidentais adoram essa forma (de comunicação)”, declarou.