A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tentará estreitar os laços políticos com a Ucrânia em sua cúpula de julho, mas especificou que a ex-república soviética em conflito com a Rússia não será convidada a se juntar à aliança de defesa, informou nesta sexta-feira (16) o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.

“Não discutiremos a adesão na Cúpula de Vilnius”, capital da Lituânia, “mas discutiremos como podemos aproximar a Ucrânia da Otan (…), estou confiante de que encontraremos uma boa solução e um consenso”, disse Stoltenberg.

Segundo o norueguês, a aliança militar transatlântica pretende realizar uma primeira sessão do Conselho Otan-Ucrânia na capital lituana com a presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Este conselho pretende conseguir um assento na mesa da Otan para a Ucrânia, a fim de “consultar e decidir sobre questões de segurança”, expressou Stoltenberg.

Os países da Otan discutem como responder aos insistentes pedidos da Ucrânia por uma indicação indiscutível de que o país será aceito na aliança, liderada pelos Estados Unidos, após o fim da guerra com a Rússia.

Os países do leste da Otan, que faziam parte da órbita soviética durante a Guerra Fria, pressionam por um roteiro mais claro para a adesão da Ucrânia.

Mas os Estados Unidos e a Alemanha não parecem estar dispostos a ir além da promessa de adesão feita à Ucrânia em 2014.

Fontes diplomáticas apontam que os aliados discutem sobre fornecer garantias de segurança sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. Segundo as mesmas fontes, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha lideram essas discussões.

Antes da cúpula da Lituânia, Stoltenberg também pressiona os membros da Otan a se comprometerem por alguns anos com um pacote de ajuda para aproximar a Ucrânia dos padrões da aliança.

A meta é contribuir anualmente com 500 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões) para o programa, embora os diplomatas apontem que até agora os aliados não chegaram a esse valor.

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