A Suécia e a Finlândia podem aderir à Otan em 2023, disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, que lembrou, no entanto, que a decisão depende dos parlamentos da Turquia e da Hungria.
“Eu espero (que a entrada aconteça em 2023), mas não vou garantir a data exata porque é, claro, uma decisão soberana do Parlamento turco e do Parlamento húngaro, que ainda não ratificaram o acordo”, disse Stoltenberg em entrevista à AFP.
A Hungria e, sobretudo, a Turquia, bloqueiam desde maio a entrada dos dois países nórdicos na Otan.
“Tivemos negociações, que foram bastante exigentes, em julho do ano passado, quando a Turquia, a Finlândia e a Suécia acordaram um memorando conjunto, no qual descreviam como poderiam intensificar a sua colaboração, em termos de exportação de armas, mas também, por exemplo, na luta contra terrorismo”, disse Stoltenberg.
“A Finlândia e a Suécia respeitam este acordo e estão claramente comprometidas com a cooperação a longo prazo nessas questões com a Turquia. Portanto, chegou a hora de finalizar o processo de adesão e ratificar o protocolo de adesão”, acrescentou.
Neste domingo, o primeiro-ministro sueco questionou alguns pedidos da Turquia.
“A Turquia confirmou que fizemos o que dissemos que faríamos, mas também disse que quer coisas que não podemos e não queremos dar”, disse Ulf Kristersson, referindo-se ao processo de adesão do seu país à Aliança Atlântica, em uma conferência sobre defesa e segurança na presença de Stoltenberg.
Em dezembro, a Suprema Corte sueca se recusou a extraditar o jornalista Bülent Kenes, conforme exigido pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O secretário-geral da Otan também destacou a velocidade do processo de adesão dos dois países.
“É claro que gostaria que fosse concluído o mais rápido possível. Mas, ao mesmo tempo, é um processo rápido em relação a todos os processos de adesão à Otan”, lembrou.
“Estou convencido de que acontecerá, mas não especularei sobre em que momento exato acontecerá”, concluiu Stoltenberg.