O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou nesta quarta-feira que a aliança militar deve garantir uma ajuda à Ucrânia que seja confiável, previsível e de longo prazo.

“Devemos garantir uma assistência de segurança confiável e previsível à Ucrânia, a longo prazo”, disse Stoltenberg antes de uma reunião em Bruxelas dos ministros das Relações Exteriores dos países que integram a aliança.

Este objetivo permitirá que “dependamos menos das contribuições voluntárias e mais dos compromissos da Otan”, acrescentou.

Diplomatas europeus mencionaram que Stoltenberg promove a criação de um pacote de ajuda de 100 bilhões de euros (108 bilhões de dólares, 547 bilhões de reais) para a Ucrânia nos próximos anos.

“Não vou entrar nos detalhes da proposta. O que posso dizer é que agradeço que os membros da aliança concordem que devemos manter o nosso apoio à Ucrânia. Precisamos torná-lo mais robusto”, disse Stoltenberg.

O ministro das Relações Exteriores da Letônia, Kristjanis Karins, disse que a proposta de Stoltenberg é “muito boa”, mas a Hungria já afirmou que não apoiará iniciativas que empurrem o bloco para um conflito aberto com a Rússia.

Na opinião de Stoltenberg, a Ucrânia tem “necessidades urgentes” e por isto “cada demora (na entrega de equipamentos militares) tem consequências reais no campo de batalha”.

“É necessário mudar a dinâmica do nosso apoio”.

“Acredito de modo veemente que é importante que os aliados (os membros da Otan) tomem decisões rapidamente. E isso inclui, claro, os Estados Unidos, mas não é apenas o governo dos Estados Unidos que fornece apoio à Ucrânia”, afirmou.

Stoltenberg acrescentou que a ausência de um acordo no Congresso americano sobre um apoio complementar ou contínuo “tem consequências”.

A Rússia, afirmou o secretário-geral da Otan, está disposta a pagar “um preço muito elevado” em termos materiais e de vidas de soldados para obter “ganhos marginais” no terreno.

“Esta é, obviamente, a razão pela qual a situação na frente de batalha é tão difícil, tão desafiadora”, disse.

Os chefes da diplomacia dos países da Otan reunidos em Bruxelas devem definir os detalhes do encontro de cúpula da aliança, previsto para julho em Washington, e das celebrações pelo 75º aniversário de fundação do bloco.

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