A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) rejeitou nesta sexta-feira (21) a exigência da Rússia de retirar suas tropas da Bulgária e da Romênia, disse a porta-voz da Aliança.

“As exigências da Rússia criariam membros da Otan de primeira e segunda classe e não podemos aceitar isso”, disse a porta-voz Oana Lungescu, acrescentando que a aliança militar transatlântica “não desiste” de defender e proteger seus membros.

Segundo a porta-voz, “a Otan segue vigilante e continua a avaliar a necessidade de fortalecer a parte oriental da nossa aliança”. A Otan “sempre responderá a qualquer deterioração da segurança, inclusive fortalecendo nossa defesa coletiva”, disse Lungescu.

A Rússia pede a assinatura de acordos para que a organização cesse seu processo de ampliação e retorne à arquitetura de segurança construída na Europa após o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética.

Esta demanda foi feita no contexto do aumento das tensões entre Otan e Rússia sobre a Ucrânia.

O governo russo concentrou uma enorme capacidade militar ao longo de sua fronteira com a Ucrânia e está exigindo que a Otan negue a entrada da ex-república soviética na aliança.

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Diante dessa demanda, a Otan responde que não cabe à Rússia decidir quais países podem ou não aderir à organização.

A demanda pela retirada de “forças estrangeiras, equipamentos e armas” da Romênia e da Bulgária foi apresentada durante conversas realizadas em Genebra, na Suíça, pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Atualmente, a Otan mantém cerca de 1.000 soldados americanos, cerca de 140 italianos e 250 poloneses estacionados na Romênia, embora a França já tenha anunciado que está disposta a enviar tropas para reforçar a presença da Aliança naquele país.

Enquanto isso, a Bulgária selou um acordo com os Estados Unidos para um campo de treinamento para 2.500 soldados, com um máximo de 5.000 em períodos de rotação de pessoal.


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