A sinalização de avanço na confiança do empresário da indústria em novembro não muda o cenário para o setor. A oscilação dos últimos meses mostra que a tendência ainda é de acomodação, segundo Tabi Thuler, coordenadora da Sondagem da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“A expectativa de melhora da demanda interna não se concretizou. Os estoques foram ajustados com queda na produção e aumento no desemprego. Foi um ajuste sofrido. As exportações até ajudaram. Mas, quando houve espaço para um aumento da produção, foi muito pontual, ficou só lá no segundo trimestre mesmo”, relatou Tabi.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,1 ponto na prévia da sondagem de novembro, alcançando 87,7 pontos, informou a FGV. Mas o indicador tinha recuado 1,6 ponto no mês anterior.

“A alta de novembro não compensa nem a queda de outubro. É um aumento que não significa um avanço. O resultado não é disseminado”, disse a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

Entre os 19 segmentos investigados, apenas 8 registraram melhora na confiança, enquanto 11 tiveram piora, de acordo com os dados da prévia. “Então, mesmo essa melhora de novembro está concentrada em algumas atividades, não é disseminada”, disse Tabi.

No resultado preliminar de novembro, o Índice de Expectativas (IE) subiu 1,1 ponto, para 89,5 pontos. Já o Índice da Situação Atual (ISA) cresceu 1,1 ponto, para 86,0 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria avançou para 74,1%, 0,4 ponto porcentual acima do resultado final do mês anterior, quando estava em 73,7%.

A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 785 empresas entre os dias 1º e 21 de novembro. O resultado final da pesquisa será divulgado no dia 30.