O governador Rodrigo Garcia, candidato à reeleição em São Paulo, dá início nesta semana à fase decisiva da campanha para manter-se à frente do governo paulista. É que com o começo da propaganda eleitoral no rádio e na TV nesta sexta-feira, 26, o tucano espera ultrapassar o bolsonarista Tarcísio, com quem está empatado em segundo lugar, e aproximar-se do petista Haddad, líder nas pesquisas, para disputar com ele o Palácio dos Bandeirantes no segundo turno. Em sua estratégia, Rodrigo tem trunfos importantes para superar o ex-ministro da Infraestrutura. Os publicitários do tucano mostrarão na TV que Tarcísio preferiu destinar os recursos do ministério que dirigia para o Rio de Janeiro em detrimento de São Paulo, conforme dados de um levantamento com 16 questões.

Retaliação

Os dados dos tucanos revelam que o “carioca” Tarcísio só entregou 18 kms de obras em rodovias paulistas nos últimos três anos e que a renovação da concessão da Dutra, feita por ele, só prevê a duplicação da rodovia no lado do Rio de Janeiro e nada no lado paulista. Com Tarcísio, os investimentos em infraestrutura em São Paulo caíram 36,5%.

Telinha

E esses números serão destacados por Rodrigo na TV. Afinal, o tucano tem mais do que o dobro do tempo de propaganda que os seus adversários. Com uma coligação de 10 partidos, incluindo o PSDB, MDB, União Brasil e Podemos, Rodrigo tem 4 minutos e 7 segundos, contra os 2 minutos e 13 segundos de Haddad e apenas 1 minuto e 37 segundos de Tarcísio.

Mordomias do Senado

Pedro França

Líder do governo no Senado, Carlos Portinho está em sua terceira viagem internacional do ano bancada pela Casa. Visita Londres para prestigiar o Brazilian Flavours Experience, voltado à promoção dos sabores de frutas e bebidas do Brasil no exterior. Antes, foi ao Porto (Portugal) e a Atlantic City (EUA). As viagens custaram R$ 54,7 mil: os tíquetes do voo ao Reino Unido ainda não estão nessa conta.

Retrato falado

“A democracia não pode tolerar convivência com quem quer sabotá-la” (Crédito:Jefferson Rudy)

Randolfe Rodrigues ingressou na quinta-feira, 18, com uma petição no STF pedindo que sejam investigados os empresários bolsonaristas que teriam defendido, em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado para manter Bolsonaro no cargo, caso ele perca as eleições. O documento do senador, que é líder da oposição e integra a coordenação da campanha de Lula, pede que os empresários sejam ouvidos, tenham os sigilos quebrados, as contas na Internet bloqueadas e as prisões decretadas.

Fator TV

A menos de 40 dias das eleições, o quadro parece consolidado. Todos os institutos de pesquisas apontam Lula à frente, podendo até vencer no primeiro turno, e Bolsonaro atrás, tentando reduzir a diferença para levar a disputa para o segundo turno. O início do pagamento do Auxílio Brasil e a redução no preço da gasolina estão ajudando o capitão a alavancar sua candidatura, mas a esta altura somente o desempenho dos candidatos na televisão poderá mudar o jogo. As entrevistas no JN, da Globo, nesta semana, somadas ao começo dos programas gratuitos no rádio e televisão, nesta sexta-feira, 26, poderão alterar as tendências dos eleitores manifestadas até aqui.

Debate na Band

Nesse contexto, os debates programados pelas emissoras de televisão para os próximos 30 dias podem ser decisivos. E o primeiro teste de fogo começa neste domingo, 28, com Bolsonaro e Lula lado a lado na Band. Se os principais candidatos não fugirem, ainda teremos outros debates na televisão em setembro.

Péssimo padrinho

Douglas Gomes Photography

Hamilton Mourão (Republicanos) até começou na frente a caminhada de sua candidatura por uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Sul, mas depois despencou e já é o terceiro na disputa, resultado que o deixaria fora se a eleição fosse hoje: depois que ele colou sua imagem à de Bolsonaro as coisas pioraram. O presidente é péssimo cabo eleitoral.

Um fardo em Minas

Divulgação

A situação é bem pior em Minas Gerais, onde o candidato a governador de Bolsonaro, Carlos Viana (PL), está com apenas 5% das intenções de voto, atrás de Romeu Zema (Novo) com 47% e de Alexandre Kalil (PSD) com 23%. Em São Paulo, seu candidato, Tarcísio de Freitas, procura de desassociar do ex-capitão para não ser atingido por sua enorme rejeição.

Toma lá dá cá

Paulo Pereira da Silva, 0 Paulinho da força, deputado e presidente do Solidariedade (Crédito:Divulgação)

O senhor apoia Lula, que defende a revogação da Reforma Trabalhista. Concorda com a proposta?
Já conversei com Lula sobre a revogação da Reforma Trabalhista que ele quer fazer e expliquei que isso não é necessário. Precisamos é da correção de alguns pontos, que prejudicam os trabalhadores.

O Brasil de Bolsonaro ficou mais pobre, com 33 milhões na miséria. Como mudar esse quadro?
Com emprego e políticas públicas que visem a redução da desigualdade social.

O presidente é acusado de ter destruído o Brasil. Quais são as principais áreas afetadas?
Para mim, todas as áreas importantes, como emprego, saúde, educação e cultura, foram afetadas negativamente pelo governo Bolsonaro,

Rápidas

* O Centrão quer continuar dando as cartas na Câmara em 2023, independentemente se o eleito for Lula ou Bolsonaro. Os três partidos da base fisiológica (PL, PP e PR) estão lançando 1.521 candidatos a deputado, contra os 574 de 2018. Hoje, o grupo tem 179 deputados.

* O PT, que votou favoravelmente aos projetos de Bolsonaro criando as benesses eleitoreiras, está disposto a manter o orçamento secreto no Congresso, que, aliás, vai crescer de R$ 16 bilhões para R$ 19 bilhões.

* Além de sugerir que a esquerda não promova manifestações para medir forças nas ruas com bolsonaristas no Sete de Setembro, Lula sinalizou que não cumprirá agenda de campanha nesse dia: fará pronunciamento nos meios digitais.]

* Michelle prometeu acompanhar Damares em agendas na Ceilândia, cidade natal e onde moram milhares de pessoas em situação de miséria do DF. Quer ajudar a amiga a vencer a disputa pelo Senado contra Flávia Arruda.