02/07/2023 - 13:03
A morte de Nahel, de 17 anos, baleado por um policial, e os tumultos que se seguiram em toda a França voltaram a colocar os subúrbios franceses no centro das atenções e, em especial, os chamados “bairros prioritários”.
Confira abaixo dez números importantes sobre estes bairros carentes:
Na França, 5,2 milhões de pessoas vivem em bairros pobres, o que equivale a 8% da população, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (Insee) de 2023.
Em 2014, o Estado identificou 1.514 localidades carentes como “Bairros Prioritários para a Política Municipal”. Trata-se, principalmente, de grandes construções de blocos situadas nas periferias das grandes cidades, antigas zonas industriais, ou bairros periféricos de cidades médias e pequenas.
Nesse tipo de bairro no território metropolitano da França (as regiões que ficam na Europa), 23,6% dos moradores não nasceram no país, ante 10,3% em outras áreas, segundo dados do Insee de 2021.
Em Seine-Saint-Denis, departamento localizado na periferia de Paris onde ficam muitas dessas comunidades, a taxa de pessoas nascidas fora da França é de 30,9%, estimou o Insee em 2020.
Um jovem percebido como árabe, ou pessoa negra, tem 20 vezes mais chances de ser parado pela polícia, segundo relatório de 2017 do Defensor dos Direitos.
A renda média disponível é de 13.770 euros por ano (US$ 15.030) por família, contra um nível de 21.730 euros nas cidades vizinhas, de acordo com as estatísticas de 2020.
Mais da metade das crianças desses bairros vive na pobreza, que atinge 56,9% dos menores, em comparação com um nível de 21,2% no restante da França metropolitana, segundo o Insee.
A taxa de pobreza é três vezes maior do que no resto da França, e 43,3% das pessoas que vivem nesses distritos vivem abaixo da linha da pobreza, em comparação com 14,5% da população em geral.
A taxa de desemprego nesses bairros é de 18,6% em comparação com um nível de 8% na França, segundo dados oficiais de 2020.
Na eleição presidencial de 2017, 48% dos adultos residentes nesses bairros se abstiveram, ou não estavam inscritos nas listas eleitorais, conforme estudo do Instituto Montaigne de 2020. No restante do país, essa proporção é de 29%.
Cerca de 12 bilhões de euros (13,09 bilhões de dólares) foram investidos entre 2004 e 2020 nestes bairros pela Agência Nacional de Renovação Urbana (ANRU).
Em 600 bairros, grandes torres de prédios em ruínas foram demolidas e substituídas por moradias com menos andares e outra concepção urbana.
Até 2030, o governo planeja investir mais 12 bilhões de euros.
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