Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é colunista da revista Isto É. Começou a carreira jornalística em 1996. É graduado em Comunicação Social pela FACHA, do Rio de Janeiro, e pós-graduado em Ciência Política pela UnB. A partir de 2000, passou por ‘Jornal do Brasil’, ‘Agência Rio de Notícias’, ‘Correio do Brasil’, ‘Gazeta Mercantil’ e outros veículos. Assinou o Informe JB de 2007 a 2011, e também foi colunista da Gazeta. Entre 2009 e 2014 apresentou os programas ‘Frente a Frente’ e ‘Tribuna Independente’ (ao vivo) na REDEVIDA de Televisão, em rede, foi comentarista político do telejornal da Vida, na mesma emissora e foi comentarista da Rede Mais/Record TV em MG. Em 2011, lançou a ‘Coluna Esplanada’, reproduzida hoje em mais de 54 jornais de 25 capitais. Foi colunista dos portais ‘UOL’ e ‘iG’. Conta com equipe em Brasília, e correspondentes no Rio, Salvador e São Paulo. É também comentarista das rádios ‘Super TUPI’, do Rio, e 'Muriaé' FM. Assina a Coluna com equipe de Brasília, Rio e SP.

Os selos de veracidade

O Tribunal Superior Eleitoral há anos vem alertando as principais plataformas de conteúdo das redes sociais sobre fake news, mas este ano vai apertar o cerco pela criação de um selo de veracidade diante da preocupante ascensão de ferramentas de inteligência artificial (IA) que criam vídeos e áudios com alteração de rosto e voz. As fake news ganharam mais dinâmica em formatos online e fazem vítimas em segundos. Enquanto veículos de mídia treinam equipes para combater conteúdos falsos, há preocupação com postagens de blogueiros que visam lucro – na maioria não são jornalistas, mas têm mais alcance que jornais e emissoras de TV. O desafio é maior, ainda, num Brasil onde a cultura política, pelo seu histórico, não contribui. Não bastasse o desafio das plataformas em criar filtros para identificar e avisar sobre conteúdos alterados, existe a manha dos maus políticos. Já houve um caso em que, flagrado em vídeo falando o que não deve, um prefeito alegou que foi vítima de traquinagens de IA.

TSE e plataformas de redes sociais sabem da urgência de criarem alertas para conteúdos alterados por IA, na iminência das campanhas eleitorais

INB investe nas minas de Caetité

O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Adauto Seixas, puxou o freio de custos da empresa. Cortou viagens de funcionários e prioriza, agora, as vídeo-conferências para reuniões com fornecedores e parceiros. Com uma boa reserva de 130 toneladas do minério, descontinuou os serviços de uma prestadora e vai fazer uma readequação de drenagem no pátio de estocagem em Caetité (BA), cidade onde extrai urânio. Negociou tudo em janeiro com o Ibama e a Comissão Nacional de Energia Nuclear. O objetivo é deixar a mina mais competitiva no beneficiamento do yellowcake, e uma economia estimada de R$ 36 milhões na operação por ano.

Sindicato x político

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil

O presidente Lula da Silva negocia direto com os senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre (potencial futuro presidente do Congresso) as vice-presidências de Governo, Agronegócio, Tecnologia e Varejo do BB. A Presidente Tarciana Medeiros resiste, quer manter sua turma do sindicato, mas o grupo político ressalta seu peso eleitoral na balança.

Macron pendurado no teleférico do Rio

O presidente francês, Emmanuel Macron, durante visita a Semur-en-Auxois, em 15 de setembro de 2023 - POOL/AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, durante visita a Semur-en-Auxois

O presidente da França, Emmanuel Macron, confirmou visita ao Brasil para fim de março. Acompanhado de comitiva de empresários, quer reaquecer relações bilaterais depois das discordâncias sobre o Mercosul, em especial com o Governo de Jair Bolsonaro. Os franceses têm investimentos de US$ 45 bilhões, em 900 empresas e 750 mil empregos gerados no Brasil. Na pauta, a retomada do teleférico do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, cuja negociação se arrasta há dois anos. Os franceses adoram projetos de mobilidade por aqui. Nicolas Sarkozy lançou em 2009 um VLT da Alstom em Brasília, que nunca saiu do papel.

Lula irritado, sem o que entregar

Gleisi Hoffmann: dirigente está à esquerda da política econômica do Ministério da Fazenda (Crédito:Rafael Vieira)

Lula da Silva está em bronca com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), madrinha de inquilinos da área social na Esplanada. Sobrou para ela, embora ministros sejam os alvos pela paralisia de programas importantes. Petistas de todas as tendências levaram a ele preocupações com as eleições municipais. O Governo está entregando pouco, ou quase nada nas cidades, após o primeiro ano de ajustes – e necessários. Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, PAC, infraestrutura, saúde, fiasco do FIES… tudo entrou na conta. Não há novidade e os programas antigos estão sem força.

Até elefante passaria pela cerca

A situação é pior do que o divulgado. A Polícia Federal investiga, também, se todos os funcionários de plantão na noite da fuga dos dois detentos estavam realmente em seus postos na penitenciária de Mossoró, ou em “home office”. A suspeita é de que só o guarda da guarita pernoitava lá.

A fila não anda

Parlamentares de peso eleitoral, aliados do PT, fazem fila de reclamações na porta dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) sobre a demora em nomeações de indicados em estatais. Sobra até para Fernando Pimentel, ex-governador nomeado na Emgea (Caixa), citado como exemplo de que foi atendido.

Segue a novela

Episódios de rancor mútuo entre Arthur Lira e Renan Calheiros aumentam à medida que se aproxima a campanha pela Prefeitura de Maceió – hoje nas mãos de JHC, aliado do presidente da Câmara dos Deputados. Uma pesquisa mostra o senador como político mais influente na capital, e Lira atrás dele. Ministros do Governo estão atentos.

NOS BASTIDORES

Sem verticalização

Começam a aparecer os Frankensteins pré-eleitorais. O PSDB do Piauí pela primeira vez vai apoiar o PT à Prefeitura de Teresina. Em Alto Paraíso (GO), a chapa será PT-PL.

Quepe & partido

General Luna e Silva, ex-diretor geral da Usina de Itaipu, se movimenta politicamente. Pretende disputar a prefeitura de Foz do Iguaçu (PR), sede da empresa, pelo Republicanos. A usina hoje é do PT.

Crise existencial

Ex-governador, o ministro do Desenvolvimento Social Welington Dias (PT) deve viver em crise existencial. O TSE está de olho em suas declarações de cor desde 2018. Num intervalo de apenas três eleições ele se disse amarelo, pardo e índio.

Ouro de Tiradentes

Uma poderosa família do setor de mídia comprou 1 hectare de terra no centro histórico de Tiradentes (MG), ao lado da igreja matriz. Tido como joia da cidade, o local deve sediar um hotel boutique.