Veja os seis principais tópicos a serem observados durante a cúpula do G7 em Biarritz, que começa neste sábado (24).

– Guerra comercial

“As tensões comerciais são ruins para todos”: o presidente francês Emmanuel Macron lançou o alerta, enquanto Donald Trump ameaçou, depois da China, a França e a Europa, com sanções comerciais. O americano evocou a possibilidade de um imposto sobre os vinhos franceses pouco antes de desembarcar em Biarritz. “Taxas alfandegárias como nunca viram”, ressaltou. Represálias após a adoção pela França de um imposto sobre os gigantes digitais americanos.

“Se os Estados Unidos impuserem impostos, a União Europeia responderá no mesmo nível”, respondeu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu calma, dizendo estar “muito preocupado” com a guerra comercial sino-americana, que poderia afetar o Reino Unido e prejudicar a economia global.

– Floresta amazônica

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Desde que Emmanuel Macron fez dos incêndios na Amazônia o principal tópico do G7, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro decidiu enviar o Exército e Donald Trump ofereceu sua ajuda ao Brasil.

O francês também pediu neste sábado uma “mobilização de todas as potências” presentes no G7 contra os incêndios e pelo reflorestamento. “Precisamos responder ao chamado da floresta que hoje queima na Amazônia de uma maneira muito concreta”, afirmou.

No dia anterior, acusando Bolsonaro de inação e mentira, Macron, Angela Merkel e Boris Johnson decidiram discutir o problema, que se tornou “uma crise internacional”.

– Brexit: Johnson, “Mr No Deal”?

“Espero que o primeiro-ministro Johnson não queira entrar para a história como o Mr. No Deal”, alfinetou Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, mencionando o Brexit ao chegar a Biarritz.

Duas horas depois, Boris Johnson trouxe à tona essa perspectiva. “Eu digo aos nossos amigos na UE que, se eles não querem um Brexit sem acordo, então temos que abandonar o backstop (a rede de segurança irlandesa) do Tratado”, disse ele pouco antes de aterrissar para a cúpula do G7.

Mas os 27 não querem comprometer este “backstop”, que consideram essencial para manter a estabilidade da Irlanda e a integridade do mercado único.

Boris Johnson deve discutir o Brexit durante suas reuniões bilaterais, incluindo com Donald Tusk, mas também com Donald Trump.

– Anti-G7 mobilizados

Depois de uma cúpula de dois dias contra o G7, os opositores falaram em voz alta durante uma manifestação pacífica que reuniu milhares de pessoas de Hendaye até a cidade fronteiriça espanhola de Irun.

“Se o clima fosse uma catedral, já teríamos salvado”, proclamava um cartaz, referindo-se à Notre-Dame de Paris e à forte mobilização financeira que se seguiu ao seu incêndio.


O governo mobilizou 13.200 policiais e gendarmes, apoiados pelo Exército, enquanto o bairro de Biarritz, onde ocorre o G7, foi completamente bloqueado.

Emmanuel Macron estendeu a mão aos adversários ao sugerir o “entendimento”, porque “os grandes desafios como os do clima, a luta contra a desigualdade ou a insegurança, devem ser resolvidos juntos”.

– Crise nuclear iraniana

O presidente francês espera obter de seus colegas gestos de apaziguamento sobre a crise iraniana para salvar o acordo internacional de 2015, denunciado pelos Estados Unidos e do qual Teerã ameaça se liberar progressivamente.

Macron se encontrou na sexta-feira em Paris com o chefe da diplomacia iraniana, que disse que as coisas estavam indo “na direção certa”. O presidente francês deveria discutir a questão no almoço que compartilhou com Donald Trump antes da cúpula.

– Teste para o Ocidente

O G7 atravessa um período difícil. Contestado em sua hegemonia pelas novas potências, este clube está dividido, especialmente desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos em 2016.

Será eficaz nas grandes crises atuais? Emmanuel Macron procura demonstrar isso convidando outros países, como a Índia, e libertando-se do comunicado final. “Em vez de negociar declarações, vamos tentar avançar nas coalizões” entre países de boa vontade, explicou o presidente francês.

Ele espera assim evitar o fiasco da última cúpula no Canadá, onde Donald Trump estragou o comunicado final que acabara de assinar.


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