A descoberta de um sarcófago de até 2,3 mil anos em um canteiro de obras na cidade egípcia de Alexandria causa entusiasmo na comunidade científica. Não se sabe ainda quem estaria dentro da relíquia de pedra. Encontrado a cinco metros de profundidade, o caixão mede três metros de comprimento e dois de altura, foi construído com esmero em granito negro e sua tampa pode pesar até 15 toneladas. A descoberta foi noticiada no domingo 1º, pelo jornal estatal Al-Ahram.

O sarcófago é o maior já encontrado em Alexandria, cidade na costa do Mediterrâneo, na foz do Rio Nilo. O que anima os arqueólogos é a presença de uma espessa camada de argamassa selando a tampa do caixão, o que indicaria que os objetos e os restos mortais em seu interior não foram violados, ao contrário de túmulos egípcios mais antigos que acabaram saqueados. Uma cabeça masculina de alabastro desgastada foi encontrada durante a escavação. A suspeita é que a peça represente o ocupante do sarcófago.

Uma questão que ainda intriga os arqueólogos é que a tumba pode ser menos egípcia do que se imagina. Pelo estilo e local, tudo indica que ali jaz um alto funcionário do período ptolomaico, iniciado no ano 303 a.C., após a invasão macedônia de Alexandre, o Grande, e encerrado em 30 a.C, com a morte de Cleópatra e a anexação romana. Alexandre fundou a cidade, onde foi erguido o farol considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Operação resgate

“Quando abrirmos, esperamos encontrar objetos intactos, o que nos ajudará a identificar essa pessoa e sua posição”, diz Ayman Ashmawy, do Ministério de Antiguidades. O governo prepara uma operação de engenharia para a abertura do sarcófago no local, já que seria muito difícil mover o conjunto em segurança até um museu. Especialistas em mumificação e restauração devem ser convocados para evitar a deterioração das peças e do corpo, que podem revelar mistérios.